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    Ibama confirma morte de três agentes ambientais e piloto em queda de avião

    RUBENS VALENTE
    DE BRASÍLIA

    04/07/2017 20h09 - Atualizado às 20h34

    Divulgação
    Avião da empresa Paramazônia prestava serviço ao Exército em Roraima
    Avião da empresa Paramazônia prestava serviço ao Exército em Roraima

    O Ibama em Brasília confirmou nesta terça-feira (4) a morte de três agentes ambientais do órgão na queda de um avião fretado pelo Exército para combater atividade garimpeira e desmatamento na terra indígena Yanomami, em Roraima. No acidente também morreu o piloto, Marcos Costa Jardim.

    De acordo com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), morreram os analistas ambientais Olavo Perim Galvão, 35, lotado no Espírito Santo, e Alexandre Rochinski, 45, chefe da fiscalização ambiental em Santa Catarina, e o técnico administrativo Sebastião Lima Ferreira Júnior, 50, lotado em Roraima.

    Um quarto servidor do Ibama, o analista ambiental Lazlo Macedo de Carvalho, 44, lotado na unidade técnica de Santos (SP), foi socorrido em estado grave e deverá ser transferido ainda nesta terça do hospital de Roraima, onde está internado, para o Centro de Tratamento de Queimados do Hospital de Força Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro.

    O avião, um monomotor, caiu logo após decolar da pista de Cantá, no interior do Estado. Os passageiros iriam participar da oitava fase da Operação Curare, desencadeada em conjunto pelo Ibama e pelo Exército.

    Nascido em Castelo (ES), Olavo Perim Galvão estava no Ibama desde 2005 e atuava na linha de frente de operações contra o desmatamento na Amazônia, tendo participado de diversas operações do gênero nos últimos anos. Um parente de Galvão disse à Folha que Galvão era "um idealista", apaixonado pelo trabalho no Ibama e algumas vezes falou sobre as dificuldades do trabalho e de ameaças de madeireiros na região.

    Entrevistado pelo jornal "Los Angeles Times" em 2015, Galvão declarou que madeireiros causavam "incalculável dano ambiental" na Amazônia. "Nós não precisamos de leis novas. Só precisamos que as leis que temos sejam devidamente respeitadas", disse o agente do Ibama ao jornal.

    Pouco antes de decolar no início da tarde desta segunda-feira (3), ele enviou à sua mulher, por telefone, uma fotografia do avião e disse que estava temeroso sobre as condições do voo, pois havia ameaça de chuva forte.

    Na nota, o Ibama afirmou que as causas do acidente serão investigadas pela Aeronáutica. "Todo o apoio vem sendo prestado às famílias. O Ministério da Defesa realizará o traslado dos corpos para Santa Catarina e Espírito Santo após liberação pelas autoridades locais. Será realizada na próxima semana uma homenagem aos servidores na sede do Instituto, em Brasília", afirmou o Ibama, em nota.

    A presidente do Ibama, Suely Araújo, afirmou que o órgão está de luto e "não é fácil aceitar a morte de colegas que vivenciam conosco a luta diária pela causa ambiental. Nossos mais sinceros sentimentos às famílias pela irreparável perda sofrida hoje".

    O diretor de Proteção Ambiental, Luciano Evaristo, disse que "o Ibama enaltece a dedicação desses jovens, que dedicaram suas vidas à defesa da Amazônia".

    Em nota na noite desta segunda-feira (3), o Exército informou que o avião acidentado fora locado da empresa Paramazônia para "transporte de pessoal para a área de operações" da Operação Curare VIII e que "as informações sobre as circunstâncias do acidente e envolvidos no sinistro estão a cargo da empresa contratada".

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