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    PRF suspende patrulhamento e fecha postos nas estradas por falta de verba

    DE SÃO PAULO

    05/07/2017 09h20 - Atualizado às 16h40

    Divulgação/PRF
    Policial rodoviário apreende carga de maconha; instituição vai atuar apenas em casos emergenciais
    Policial rodoviário apreende carga de maconha; instituição vai atuar apenas em casos emergenciais

    A Polícia Rodoviária Federal informou que vai suspender, a partir desta quinta-feira (6), uma série de serviços de patrulhamento e até fechar postos de atendimento ao longo dos 70 mil km de estradas federais do país.

    A instituição alegou em comunicado que foi afetada pelos recentes cortes no orçamento federal e que não consegue mais, por exemplo, garantir o abastecimento mínimo e nem a manutenção dos veículos de sua frota.

    O orçamento previsto para a PRF em 2017 era de R$ 460 milhões, mas só vão cair na conta da instituição cerca de R$ 258 milhões, um corte de 44%. Quando são comparados os R$ 590 milhões liberados em 2016, a queda é ainda mais significativa: 56%.

    Para se adequar ao arrocho orçamentário, a PRF decidiu que não mais vai atuar em escoltas que envolvem o acompanhamento de cargas superdimensionadas nas estradas federais.

    A instituição também suspendeu os serviços de patrulhamento aéreo, que incluíam atividades de policiamento e resgate. O patrulhamento terrestre também será prejudicado, porque os deslocamentos rotineiros que eram feitos pelas rodovias foram interrompidos.

    A polícia rodoviária também decidiu que vai fechar uma série de postos de atendimento ao longo das vias. O fechamento seguirá um cronograma que será implementado pelas gestões regionais da instituição. O número de unidades atingidas não foi divulgado.

    O corte no orçamento também afetou os atendimentos. A partir desta quinta, a PRF diz que vai priorizar apenas casos emergenciais, como acidentes que envolvem vítimas. O expediente nos postos também vai ficar mais enxuto. A população será atendida nos locais apenas das 9h às 13h.

    Em nota, a PRF diz que a suspensão dos serviços é uma medida temporária e que está em tratativas com os ministérios da Justiça e do Planejamento para que o orçamento seja revisto e as atividades restabelecidas.

    O Ministério da Justiça disse que não vai se posicionar sobre a decisão da PRF. Já o Planejamento informou, por meio de nota, que o governo se viu obrigado a fazer um contingenciamento de recursos na ordem de R$ 42,1 bilhões neste ano.

    O corte atingiu, segundo o ministério, todos os órgãos da União. "Cada ministério recebe limite global de movimentação e empenho, a partir do contingenciamento, e se responsabiliza pela distribuição dos limites entre as suas unidades orçamentárias", segundo trecho da nota.

    Todos os ministérios estão passando por um processo de contenção na execução dos gastos dada a limitação orçamentária, diz a nota. "Qualquer ampliação de limites de gastos, sem a redução em outros ministérios, depende do aumento do espaço fiscal."​

    CRISE NA PF

    Desde a semana passada, os trabalhos de emissão de passaporte feitos pela Polícia Federal estão suspensos também por falta de dinheiro.

    Ao menos nove alertas foram enviados pela polícia somente neste ano. Ao todo, o órgão teve R$ 145 milhões em 2017, já contando uma liberação extra de R$ 24 milhões em maio.

    Em 2016, foram R$ 212 milhões. A PF havia solicitado no meio do ano passado na discussão do orçamento o montante de R$ 248 milhões.

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