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    Polícias de SP fazem ação para prender agentes suspeitos de proteger bingos

    ROGÉRIO PAGNAN
    DE SÃO PAULO

    05/07/2017 10h06 - Atualizado às 20h11

    Foram presas nesta quarta-feira (5) em São Paulo 22 pessoas, sendo 12 delas policiais civis e militares, sob a suspeita de envolvimento com a exploração de jogos de azar.

    Entre os suspeitos está um coronel da reserva da PM e ainda um policial da Corregedoria da Polícia Civil –ambos suspeitos de vender proteção a grupo criminoso. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.

    As prisões temporárias (com prazo de cinco dias) ocorreram em 12 cidades, entre a capital, municípios da Grande SP e litoral, onde também foram cumpridos 100 mandados de busca e apreensão. Foram apreendidas 652 máquinas eletrônicas em bingos clandestinos, 31 celulares, 181 computadores e mais de R$ 18 mil em dinheiro. No total, 55 pontos de comércio foram alvo dos policiais e promotores.

    Capitaneada pelo Ministério Público Estadual, a investigação teve início no meio do ano passado e surgiu após a delação de um integrante do grupo.

    Segundo o subprocurador-geral Mário Luiz Sarrubo, a operação desta quarta é a primeira de uma série que será desencadeada envolvendo crime ligados a exploração de jogos de azar.

    "Sempre lembrando, que os crimes envolvidos que são, além do jogo de azar que são os menos importantes, envolve notadamente o crime organizado. No caso, quando envolve agentes da lei, envolve evidentemente corrupção –não podemos deixar isso de lado–, e lavagem de dinheiro", afirmou Sarrubo.

    O secretário da Segurança Mágino Alves Barbosa Filho disse que cerca de 300 policiais civis e militares, parte deles das corregedorias das duas polícias, além de 20 promotores de Justiça, participaram da operação desta quarta.

    Ainda segundo o secretário, com as apreensões será possível conhecer o montante de dinheiro envolvido no esquema e quanto cada policial recebia para dar proteção ou informação ao grupo. "[Os policiais ajudavam o grupo] de várias formas. Uma das formas é avisar, realmente. Quando tinham conhecimento de que uma investigação estava sendo realizada, eles avisavam esses parceiros do crime", afirmou.

    Mágino disse que até mesmo os donos de bares com máquinas de caça-níquel poderão ser investigados. "Aqueles comerciantes que acreditam que estão cometendo uma pequena infração... eles não estão cometendo pequena infração, não."

    "Comerciante que tem caça-níquel na sua padaria, no seu barzinho, corre o risco de ser investigado também por associação criminosa, ele faz parte de uma associação. Ele é uma ponta dessa associação
    criminosa", disse. As máquinas seriam destruídas após a realização da perícia, realizada logo após a apreensão.

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