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    Olavo Perim Galvão (1982-2017)

    Mortes: Defensor da Amazônia e vascaíno doente

    RUBENS VALENTE
    DE BRASÍLIA

    16/07/2017 00h01

    Facebook/Reprodução
    Olavo Perim Galvão (1982-2017)
    Olavo Perim Galvão (1982-2017)

    Com 12 anos de trabalho no Ibama, o analista ambiental Olavo Perim Galvão atuava na linha de frente de grandes operações de repressão a desmatamentos ilegais e garimpos em áreas preservadas e terras indígenas na Amazônia.

    Vascaíno doente, dizia à família que, quando morresse, gostaria que suas cinzas fossem espalhadas pelo estádio de São Januário. No sábado (8), no mesmo campo, o clube fez um minuto de silêncio em sua homenagem antes do clássico com o Flamengo.

    Nascido em Castelo (ES), Olavo, biólogo, entrou para o Ibama em 2005. Lotado no Espírito Santo, ia à Amazônia para as operações do órgão.

    Casado havia dez meses com Camila, era considerado idealista pela família e amigos e intransigente com ilegalidades. Certa vez, um parente disse brincando que numa próxima fiscalização ele deveria trazer camarões apreendidos. Olavo reagiu de imediato, indignado. Com essas coisas não brincava.

    Confidenciou a parentes que foi ameaçado de morte pela primeira vez em 2008, em Rondônia, após uma operação que coibiu contrabando de madeira.

    No último dia 3, participaria de mais uma operação contra o garimpo e desmatamento na terra indígena Yanomami, na Amazônia, quando o avião em que estava, fretado pelo Exército, caiu sobre árvores logo após a decolagem, em Cantá (RR). Olavo, 35, e outras três pessoas (o piloto, Marcos Costa Jardim, o analista ambiental Alexandre Rochinski, 45, natural de Londrina, chefe da fiscalização ambiental em Santa Catarina, e o técnico administrativo Sebastião Lima Ferreira Júnior, 50) morreram no acidente.

    Quando os corpos de Olavo e Rochinski foram embarcados no aeroporto de Boa Vista (RR), o Exército lhes rendeu homenagem com uma salva de tiros. No último dia 7, o governo capixaba deu o nome de Olavo ao centro de visitantes do Parque Estadual Forno Grande em sua cidade natal, Castelo.

    Em notas oficiais, o Ibama e a Funai (Fundação Nacional do Índio) exaltaram o trabalho de todas as vítimas em defesa da Amazônia.

    coluna.obituario@grupofolha.com.br

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