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    No Sul, asas de aviões congelam; em Bariloche, aeroporto volta a funcionar

    DE SÃO PAULO

    19/07/2017 11h51 - Atualizado às 20h37

    Aloizio Pereira/Raw Image/Folhapress
    Avião da Azul no Aeroporto Salgado Filho, em Porto alegre (RS).
    Avião da Azul no Aeroporto Salgado Filho, em Porto alegre (RS).

    O frio que atinge a região Sul do país gerou uma situação inusitada no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre.

    Cinco aeronaves da Azul Linhas Aéreas decolaram com atraso, na manhã desta quarta-feira (19), em razão de um grande acúmulo de gelo nas asas dos aviões da companhia aérea.

    Assim que constataram o problema, os próprios funcionários da empresa fizeram a remoção do gelo. Em nota, a empresa aérea diz que durante a limpeza dos aviões prestou toda assistência aos passageiros.

    Foram afetados duas decolagens em direção à cidade de Campinas (SP), outra para Curitiba e mais duas para a capital paulista.

    O voo que seguiu para o aeroporto de Viracopos, em Campinas, registrou o maior atraso, de três horas.

    Apesar das condições severas do tempo, o aeroporto de Porto Alegre não sofreu nenhum problema em suas operações nesta quarta, segundo a Infraero (estatal que administra o espaço).

    De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a temperatura mínima na capital gaúcha nesta quarta atingiu 2ºC. A máxima não deve passar dos 14ºC.

    GELO PODE DERRUBAR AVIÃO

    Um avião não pode decolar se suas asas estiverem "congeladas", diz Ronaldo Jenkins, diretor de segurança e operações da Abear (entidade das empresas aéreas).

    Segundo o especialista, a camada de gelo acumulada sobre as asas pode desequilibrar a sustentação da aeronave durante o voo. "O gelo altera as características aerodinâmicas da asa. A quantidade de ar que passa por cima da estrutura precisa ser a mesma que circunda a parte de baixo da asa. É isso que mantém o equilíbrio da aeronave. O gelo é um componente estranho que muda esse processo", diz.

    Em casos extremos, a camada de gelo pode até derrubar a aeronave, diz.

    Jenkins, que atua no setor aéreo há 52 anos, afirma ainda que nunca havia visto uma ocorrência do tipo no país. "Isso é um fenômeno raríssimo por aqui. É comum na Europa, nos países nórdicos e na Rússia, onde as temperaturas são mais baixas."

    A tripulação e os pilotos são obrigados a fazer uma inspeção externa na estrutura da aeronave antes da decolagem. "Foi isso que possibilitou enxergar o problema e corrigi-lo", afirma.

    BRASILEIROS EM BARILOCHE

    Uma nevasca na estância turística argentina complicou a vida de quem tinha voos marcados desde a última sexta (14).

    Até terça (18), a informação era de que ainda havia brasileiros retidos no aeroporto, cujo funcionamento estava intermitente devido às condições climáticas.

    Nesta quarta (19), o Itamaraty informou que o aeroporto da cidade voltou a funcionar regularmente. Segundo a nota, a maioria dos viajantes bloqueados no local já havia optado por partir para Buenos Aires entre a terça (18) e quarta (19), em ônibus disponibilizados pelas companhias aéreas e pelas autoridades argentinas.

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