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    Em um mês, 14 pessoas morrem em centro de acolhida no interior de SP

    DE SÃO PAULO

    20/07/2017 13h27

    Reprodução
    Missão Belém - Sítio São Miguel Arcanjo - Família Missionária
    Placa do sítio São Miguel Arcanjo, centro de acolhida da Missão Belém em Jarinu (SP)

    Um surto de diarreia num centro de acolhida em Jarinu, a 75 km de São Paulo, pode ter desencadeado 14 mortes no último mês. Todas as vítimas tinham 50 anos ou mais.

    Além dos mortos, 19 pessoas foram hospitalizadas apresentando sintomas de desidratação, desnutrição ou intoxicação alimentar.

    O espaço da Missão Belém, fundada pelo padre italiano Giampietro Carraro e ligada à Igreja Católica, recebia usuários de drogas e moradores de rua –boa parte egressos da Cracolândia, no centro de São Paulo.

    Em 2012, a Prefeitura de Jarinu e o Ministério Público tentaram fechar o local, sob a alegação de que ele funcionava como uma comunidade terapêutica sem ter licença para tal –segundo a promotoria, o corpo de funcionários e os procedimentos do centro não seriam adequados. A Justiça negou o pedido, por entender que o espaço tinha cumpria uma função social importante.

    A notícia foi dada pelo jornal Estado de S. Paulo na quarta-feira (19).

    Ainda na quarta, os órgãos de vigilância sanitária do município de Jarinu e do Estado fizeram uma vistoria nos sítios da Missão Belém. Foram coletadas amostras de fezes e de urinas dos doentes, que estavam alocados num imóvel separado dos demais. Elas estão sendo analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz, na capital.

    A Secretaria de Saúde de Jarinu emitiu nota informando que apenas uma das mortes foi causada diretamente pela diarreia e que aguarda os resultados das amostras. No entanto, dada a idade avançada das vítimas, a infecção intestinal pode ter agravado um quadro patológico pré-existente.

    Também em nota, Carraro afirmou que "pode ser que os problemas intestinais tenham agravado o quadro já difícil de alguns pacientes", mas que a intoxicação não era a causa da morte –, manifestação embasada pelas declarações de óbito dos pacientes.

    A Arquidiocese de São Paulo também em nota, lamentou as mortes, mas ressaltou a importância do trabalho realizado pela Missão Belém.

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