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    Metroviários e ferroviários ameaçam parar na próxima terça em São Paulo

    FERNANDA PEREIRA NEVES
    FABRÍCIO LOBEL
    DE SÃO PAULO

    27/07/2017 19h09

    Moacyr Lopes Junior/Folhapress
    Trens do metrô parados na estação Jabaquara; categoria ameaça parar na próxima terça-feira (1º)
    Trens do metrô parados na estação Jabaquara; categoria ameaça parar na próxima terça-feira (1º)

    Funcionários do Metrô e da CPTM podem cruzar os braços na próxima terça (1º) na capital paulista. Com pautas distintas, as duas categorias ameaçam uma paralisação de 24 horas, que pode ser a terceira dos metroviários neste ano e a segunda dos ferroviários.

    No caso dos metroviários, a categoria protesta contra a terceirização das bilheterias e a privatização da linha 5-lilás. O sindicato afirma não ter havido nenhum tipo de discussão sobre a mudança nas bilheterias e que teme a precarização do serviço e demissões de funcionários quando ela foi concluída.

    Procurado, o Metrô afirmou que a terceirização permite que os metroviários atuem em outras atividades, melhorando o aproveitamento desse efetivo e que esse processo não resulta em demissões. "Esta semana o governo do Estado autorizou a contratação de mais 293 funcionários para as áreas de operação e manutenção", destacou a empresa em nota.

    Já os ferroviários devem paralisar contra a redução de 3,51% dos salários após uma decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho). A Seção Especializada em Dissídios Coletivos do tribunal julgou indevido o dissídio coletivo determinado pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) em 2011 e que foi contestado pela CPTM.

    Com isso, a companhia afirma que é "obrigada a cumprir determinação do TST, sob pena de crime de responsabilidade dos seus gestores". A categoria, no entanto, diz que a redução é irregular já que a sentença deixa "ressalvadas da decisão as situações fatídicas já constituídas".

    Para os sindicatos que representam os funcionários da CPTM, todos os dissídios desde 2011 negociados na Justiça do Trabalho, assim como uma reforma salarial promovida pela companhia em 2014, confirmam que os 3,51% do reajuste havia sido incorporado ao salário e não podem ser retirados pelo governo estadual.

    A redução dos valores, que deve acontecer a partir do salário referente à julho, afetaria todos os 8.500 funcionários da CPTM, representados por quatro sindicatos. A categoria estima que isso representaria uma redução de R$ 1,2 milhões por mês para a empresa. O salário base na CPTM é R$ 1.393,75, de ajudante de manutenção.

    Tanto metroviários quanto ferroviários realizaram assembleias no último dia 20, onde foi decidido pela paralisação. Novas assembleia, no entanto, marcadas para a próxima segunda (31) ainda deverão confirmar a decisão.

    Com a possibilidade de greve, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) estipulou que 80% dos funcionários continuem trabalhando nos horários de pico –entre 4h e 10h e 16h e 21h– e 60% nos demais horários, mesmo com a concretização da paralisação, sob risco de multa de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento.

    Os metroviários já realizaram duas paralisações em 2017: uma no dia 15 de março e em 28 de abril. Em ambas, os funcionários do Metrô apoiaram greve geral convocada por centrais e movimentos sociais contra as reformas da Previdência. Apenas a segunda teve participação dos ferroviários.

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