Cuidar da terra e empreender eram as coisas que Esthério sabia fazer bem.

Nascido em São Domingos do Norte (ES), a 190 km de Vitória, era o sétimo de oito irmãos. Os pais tinham um apreço especial pela quinta letra do alfabeto: os outros filhos eram Ester, Estêvão, Estênio, Esteves, Estela e Estefânia –Attílio, o primogênito, era exceção.

A exemplo de Esteves, se formou engenheiro agrônomo. Os anos de faculdade em Viçosa (MG) foram os únicos que passou longe de casa.

De volta à cidade natal, começou a trabalhar numa empresa estatal de pesquisa agropecuária. Dali, foi para uma cooperativa, onde trabalhou por 25 anos. Em 2006, o homem da terra foi coroado: assumiu a presidência do sindicato estadual de cooperativas. Na sua gestão, foram criados núcleos de assistência para jovens e mulheres empreendedoras.

Discreto e sério, Esthério não revelava nem mesmo para a família os cargos que ocupava. Quando tinha que dar bronca nos filhos, os chamava pelo nome completo. Nunca tirava férias: quando tinha que viajar, era a trabalho.

A irmã Estefânia lembra que ele gostava de se reunir com a família em torno de uma mesa farta, com direito a uma "cachacinha doce e muito boa".

Nas horas vagas, frequentava as tradicionais festas da cidade e cuidava do seu sítio. Tinha planos de terminar a reforma de sua casa e passar mais tempo com a família, mas não deu tempo.

Infartou no dia 22, aos 67, quando voltava de uma viagem. Deixa a mulher, três filhos e duas netas.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas