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    Rio de Janeiro

    'Não queremos uma cidade ocupada militarmente', diz general sobre o Rio

    CRIS VERONEZ
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

    01/08/2017 14h32

    O general Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Seguranca Institucional, afirmou que a permanência das Forças Armadas no município do Rio de Janeiro será breve, pontual e buscará atingir objetivos claros.

    "Não queremos uma cidade militarmente ocupada", disse, durante palestra realizada na capital fluminense, nesta terça-feira (1º).

    Mauro Pimentel/AFP
    Após decreto, Forças Armadas começam a atuar no Rio de Janeiro em meio à crise na segurança pública
    Após decreto, Forças Armadas começam a atuar no Rio em meio à crise na segurança pública

    Etchegoyen afirma que o Plano de Segurança, colocado em prática no Rio desde a semana passada, usará um modelo de operação diferente para as Forças Armadas.

    Para ele, a permanência prolongada das tropas nas comunidades, que já foi utilizada em operações anteriores, não produz o efeito desejado: "A princípio, a criminalidade tira férias, mas quando as Forças Armadas vão embora, tudo volta". Ele diz também que a Garantia da Lei e da Ordem não é, atualmente, a missão principal das Forças Armadas: "Ela está sendo empregada pontualmente, onde a Inteligência manda".

    O Plano de Segurança, segundo Etchegoyen, prevê não apenas ações policiais, mas também no campo de desenvolvimento social, sob responsabilidade do ministro responsável pela pasta, Osmar Terra. "Estamos dando o primeiro passo visível e muitos outros não visíveis na área de inteligência e planejamento, sobre os quais obviamente não podemos dar detalhes", acrescenta.

    O ministro-chefe diz ainda que o plano é de longo prazo, pois não é possível resolver um problema de criminalidade da amplitude do que ocorre no Rio em pouco tempo. "Resultados formidáveis não vão acontecer amanhã. Não estamos buscando soluções midiáticas para depois os problemas voltarem. Queremos resultados perenes, consistentes e que possam trazer a paz para o Rio de Janeiro".

    CRISE

    A crise no Rio levou o governo federal a autorizar o uso das Forças Armadas para fazer a segurança no Estado.

    Desde sexta-feira (28) 10 mil homens das Forças Armadas, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional reforçam a segurança do Rio. Num primeiro momento, militares com tanques de guerra e pesado armamento se fizeram notar pela população com uma presença ostensiva nas ruas.

    Segundo o Ministério da Defesa, a ideia é que em breve eles deixem as ruas e passem a atuar junto às polícias em operações de combate ao crime organizado, cujo objetivo é reduzir a quantidade de armas e drogas do poder paralelo.

    TROPAS MANTIDAS

    O presidente Michel Temer confirmou, neste domingo (30), que pretende estender em 2018 a autorização para as Forças Armadas atuarem na segurança pública do Estado. Ele esteve no Rio para sobrevoar as áreas do Estado em que as tropas federais atuarão na operação iniciada na última sexta-feira (28).

    O documento assinado pelo presidente que permitiu a presença dos militares nas ruas é válido apenas até 31 de dezembro de 2017. Mas, segundo ele, isso ocorreu apenas por uma questão orçamentária. Temer sobrevoou áreas centrais do Rio e também municípios da Baixada Fluminense, que serão foco da atuação das forças federais.

    O presidente disse ainda que soube pelas autoridades do Estado que em três dias de operação já houve redução nos índices de roubo de carga no Rio. Ele divulgou os dados. Segundo Temer, a segurança pública é uma preocupação do governo federal. Ele disse que a operação em curso estava em discussão há seis meses no Planalto.

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