Paulinho não tinha idade ou experiência quando subiu aos palcos no início dos anos 1980. Seus 14 anos tornaram necessário documento do Juizado de Menores, lembrou Célia Musilli, no "Jornal de Londrina". Já a falta de experiência não foi problema, "o garoto era autodidata", afirma o amigo Luiz Bertipaglia.

Nascido em Bom Sucesso, Paulo Braz chegou a Londrina ainda criança e começou a se interessar por teatro na adolescência –era uma época em que a cidade tinha grupos de espetáculo por toda parte e estreias novas a qualquer hora.

Após alguns projetos na escola, conheceu o Proteu, popular movimento teatral de Londrina, e logo estava viajando com o grupo para estrear "Bodas de Café", no teatro Procópio Ferreira, no Rio.

Vieram depois outros grupos e várias produções solo, onde Paulo foi, não apenas ator, mas produtor, coordenador e diretor. O que nunca mudou nesse período foi seu envolvimento com o Filo (Festival Internacional de Londrina), que lhe rendeu até o apelido de Paulinho do Filo. Hoje, atuava como coordenador.

O projeto mais recente foi ensinar cegos a fazer teatro. A produção exigia marcação no solo, mais tempo de preparo, uma produção diferente, mas "Olhares Guardados" foi apresentado em várias cidades.

Paulo era incansável, ágil com o que fazia, sempre com passos rápidos. Mas também era a alegria de qualquer grupo. Adorava festa, onde era sempre o primeiro na pista de dança, responsável por formar rodinhas coreografadas.

Parou no último domingo (13), aos 48, após uma pneumonia. Deixa os pais, três irmãos, sobrinhos e amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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