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    Virgínia Bastos de Mattos (1915-2017)

    Mortes: Dona Virgínia e sua paixão por camélia e poesia

    FERNANDA PEREIRA NEVES
    DE SÃO PAULO

    21/08/2017 00h00

    A grande casa cor-de-rosa e o pé de camélia branca em sua frente eram xodós da moradora centenária Virgínia Bastos de Mattos, na cidade de Capivari, interior paulista.

    Já dentro do imóvel a parte favorita dela era seguramente a seção de poesia da abarrotada biblioteca que encheu ao longo de décadas com o marido, Carlos Mattos.

    Nascida em São Paulo, Virgínia chegou a Capivari nos anos 1940 após assumir um romance considerado adverso, já que Carlos era monge e ela sua aluna na Faculdade de Filosofia de São Bento.

    Ele deixou a batina, e ela, os planos de voto de castidade, e iniciaram o casamento que durou mais de meio século.

    No interior de SP, Virgínia cuidava da casa e dos filhos, mas também ajudava o marido nas traduções de francês e recitava poesias nos encontros que o casal promovia para amigos. Seu gosto poético também aparecia nas várias cartas que ela escrevia aos conhecidos. Caixas e mais caixas que filhos e netos guardam ainda hoje.

    Com a morte do marido, em 1993, ela desabrochou um pouco mais. Começou a viajar e a escrever. Publicou um livro sobre o escritor capivariano Léo Vaz e outro sobre nomes de ruas de Capivari.

    Tímida, de poucas palavras, Virgínia tinha passatempos curiosos, passados para toda a família, como buscar origem de palavras e genealogia de pessoas conhecidas.

    Morando sozinha, continuou em sua casa cor-de-rosa, admirando as camélias, até o último dia 13, quando morreu aos 101 anos em decorrência de uma pneumonia. Deixa cinco filhos, dez netos e oito bisnetos.

    coluna.obituario@grupofolha.com.br

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