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    Rio de Janeiro

    Homem é detido suspeito de ejacular na perna de passageira no BRT do Rio

    DO UOL
    DE SÃO PAULO

    31/08/2017 20h39

    Fábio Teixeira - 1º.ago.2015/Folhapress
    Corredor de ônibus da BRT; crime aconteceu na estação Mato Alto, em Guaratiba
    Corredor de ônibus da BRT; crime aconteceu na estação Mato Alto, em Guaratiba

    Depois de dois casos de assédio sexual em ônibus de São Paulo, um homem foi preso nesta quinta-feira (31) na zona oeste do Rio de Janeiro sob suspeita de praticar o mesmo crime. Ele teria ejaculado na perna de uma passageira em uma estação do BRT, linhas de ônibus que trafegam em corredores exclusivos.

    De acordo com o Consórcio BRT, responsável pelo meio de transporte, o assédio aconteceu na estação Mato Alto, em Guaratiba. Assim que o rapaz ejaculou em uma das pernas da passageira, ela procurou o corpo policial do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis).

    O suspeito, que não teve o nome revelado, foi encaminhado para a Delegacia de Atendimento à Mulher de Campo Grande, também na zona oeste, onde deve responder inquérito.

    O consórcio afirmou, em nota, que "repudia qualquer tipo de assédio, desenvolve campanhas de conscientização e firma parcerias para combate à violência contra a mulher".

    OUTROS CASOS

    Na capital paulista, a cantora Juliana de Deus, 25, teve os seios apalpados por um homem que sentava ao lado dela em um ônibus que seguia pela avenida Paulista (centro) em direção à Vila Mariana (zona sul).

    É uma "tristeza muito grande por saber que isso vai se repetir", afirmou Juliana, que esboçou otimismo ao lembrar que "as mulheres estão, enfim, muito mais ativas para denunciar".

    O agressor de Juliana foi encaminhado ao 78º (Jardins) e liberado após assinar um termo circunstanciado (registro de pequenas infrações).

    Um dia antes, na mesma avenida, um homem foi preso após ejacular no pescoço de uma jovem dentro de um ônibus. O caso ganhou as redes sociais porque o juiz José Eugenio do Amaral Souza considerou que "não houve constrangimento, tampouco violência ou grave ameaça" e soltou o suspeito no dia seguinte. O caso acabou classificado como atentado violento ao pudor, cuja pena será o pagamento de multa.

    Reprodução/Facebook/Caio Miranda Carneiro
    Policiais ao lado de ônibus onde homem abusou sexualmente de passageiros na avenida Paulista
    Policiais ao lado de ônibus onde homem ejaculou em passageira na avenida Paulista

    ESTUPRO

    Na segunda-feira (28), a escritora Clara Averbuck relatou ter sofrido um estupro por um motorista do aplicativo Uber. Segundo o relato da escritora, ele teria a penetrado com um dedo, aproveitando-se de que ela estava alcoolizada.

    Conforme a legislação brasileira, o crime de estupro, que implica em no mínimo (sem agravantes) reclusão de 6 a 10 anos, é configurado por "constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso" –daí o argumento do juiz que exime o homem que ejaculou em passageira.

    Nesta terça, o Tribunal de Justiça de São Paulo iniciou uma campanha contra abusos sexuais no transporte público. A ideia é estimular vítimas e testemunhas a denunciarem os agressores, e assim inibir a prática desse tipo de crime. Para isso, serão espalhados cartazes informativos em trens, metrôs e ônibus, além de avisos nas redes sociais. Em 2014, um anúncio do Metrô de SP causou polêmica ao dizer que trens lotados são bons pra xavecar a mulherada.

    O Brasil tem passado uma onda de crimes de cunho sexual contra a mulher, como a explosão de estupros coletivos –o país registra 10 casos do tipo por dia– e recentes feminicídios, quando a mulher é morta por sua condição como mulher. Só no início da última semana, foram quatro assassinatos de mulheres em São Paulo. O Estado de registra um caso a cada quatro dias, mas sofre com a subnotificação –muitos casos são registrados apenas como homicídios.

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