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    Rio vai transformar Parque dos Atletas em 'blocódromo' no Carnaval

    SÉRGIO RANGEL
    DO RIO

    04/09/2017 02h00

    Ricardo Borges/Folhapress
    Bloco Bangalafumenga, no Rio de Janeiro
    Foliões se divertem durante o Carnaval no bloco Bangalafumenga, no Rio de Janeiro

    A Prefeitura do Rio vai transformar o Parque dos Atletas num "blocódromo".

    Para evitar confusão no trânsito na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, a Riotur vai levar os grandes blocos do bairro para o espaço, que tem capacidade para abrigar cerca de 60 mil pessoas.

    O Parque dos Atletas recebeu as últimas edições do Rock in Rio e serviu de local de treinamento para os atletas durante os Jogos Olímpicos. No Carnaval, a área será adaptada para receber os foliões durante os desfiles. Vai ganhar bares, postos médicos e banheiros. O acesso dos carnavalescos será gratuito.

    O parque conta também com o BRT (corredor de ônibus construído para os Jogos Olímpicos) para ajudar na mobilidade dos foliões.

    "Estamos ordenando ainda mais a festa. A cidade tem que estar preparada no Carnaval para quem curte e também para os que querem aproveitar os dias sem ir aos blocos", afirmou o presidente da Riotur, Marcelo Alves.

    Neste ano, os blocos da Barra da Tijuca arrastaram multidões na orla. Em alguns desfiles, foliões foram obrigados a entrar nos prédios próximos por causa da dificuldade de andar em alguns trechos.

    No final de semana após o Carnaval, a prefeitura cancelou os desfiles que marcam o final do período de festa alegando questão de segurança.

    No Leblon, a Riotur também mexerá no desfile dos blocos, que ficará concentrado na praia. Já as ruas internas não terão blocos.

    No centro, a prefeitura vai manter praticamente o mesmo esquema de desfile, que revitalizou o Carnaval do Rio.

    O Parque dos Atletas foi usado nos Jogos Olímpicos como lugar de treinamento de 11 modalidades.

    O espaço fica a apenas um quilômetro da Vila Olímpica, que é vizinha do Parque Olímpico da Barra da Tijuca –principal polo competitivo.

    Entidade que representa os principais blocos da cidade, a Sebastiana (Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro do Rio) é contra o "blocódromo".

    "O Carnaval do Rio é de rua. Esperamos que não passe da Barra. Somos contra o Carnaval em lugares fechados. A festa tem que ser livre e democrática", disse a presidente da Sebastiana, Rita Fernandes, que acusa o executivo da Riotur de evitar o diálogo com os blocos.

    "Estamos [nas ruas] há 30 anos e nunca deu errado. O presidente da Riotur não pode mudar a regra sem conversar", acrescentou.

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