Filho de comerciantes da pequena Santo Estevão, no interior da Bahia, Edmílson Jatahy Fonseca não tinha um exemplo próximo quando escolheu seguir carreira na magistratura. Mas acabou se tornando ele uma inspiração para as gerações seguintes.

Jatahy deixou a cidade natal com apenas 12 anos com os pais e cinco irmãos. Estabeleceram-se todos em Salvador, onde o rapaz ficou até terminar os estudos. Apesar do curso de direito, nunca advogou, foi direto do trabalho no Banco da Bahia ao de juiz.

Passou por comarcas como a de Feira de Santana, Santo Estevão e Salvador, até se tornar desembargador em 1982. Sério, calado, se dedicava ao trabalho em tempo integral. Varava noites lendo e revendo processos, não importava se estava em casa ou de folga. Talvez por isso, não era um homem de muitos hobbies, brinca o filho Jatahy Jr., também desembargador.

Nos mais de 43 anos na carreira jurídica, Jatahy pai foi presidente do Tribunal de Justiça baiano, corregedor-geral do órgão e vice-presidente e corregedor do Tribunal Regional Estadual. A aposentadoria veio apenas em 2003.

Apesar de algumas eventuais viagens, manteve a família, mesmo depois de aposentado, como seu grande passatempo. Casado com Celeste há 56 anos, gostava de reunir todos em sua casa, principalmente, aos domingos. Mantinha em casa aquele mesmo jeito calado que tinha no trabalho. Acabava se mostrando um bom ouvinte.

Morreu no dia 28, aos 84, devido a um problema do coração. Deixa a mulher, dois filhos –ambos formados em direito–, nove netos e uma bisneta.

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