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    Prefeitura abre albergue 37 dias após inauguração na zona sul de São Paulo

    ARTUR RODRIGUES
    DE SÃO PAULO

    12/09/2017 02h00

    Giovanni Bello - 5.set.2017/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 05-09-2017: Novo albergue para 120 moradores de rua, na Vila Mariana (zona sul de SP), segue fechado para pernoite, em pleno inverno. (Foto: Giovanni Bello/Folhapress, COTIDIANO) ***EXCLUSIVO FOLHA****
    Centro Temporário de Acolhimento, na Vila Mariana (zona sul de SP), com capacidade de 120 pessoas

    Há mais de um mês, o prefeito João Doria (PSDB) vistoriou as instalações recém-reformadas de um novo albergue para 120 moradores de rua na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo.

    Esse seria o terceiro CTA (Centro Temporário de Acolhimento) a ser inaugurado no ano –projeto da gestão tucana que, além de um lugar para dormir, oferece emprego.

    "São 120 pessoas em situação de rua que a partir da próxima segunda-feira virão para cá e aqui terão alimentação, dormitórios, mobiliários, roupas de cama, toalhas, calçados e kits de higiene. Tudo novo com doações de empresas privadas", disse o prefeito no dia 4 de agosto.

    Em pleno inverno, no entanto, o lugar "inaugurado" permaneceu fechado para pernoite até o último domingo, 10 de setembro, totalizando 37 dias.

    "Ainda não estamos recebendo ninguém, porque a prefeitura ainda não fechou o contrato", informou uma funcionária do local na semana passada.

    Após questionamento da Folha, porém, a prefeitura anunciou que o local seria aberto para o pernoite nesta segunda-feira (11).

    A prefeitura estima que a cidade tenha cerca de 20 mil moradores de rua, mas há vagas apenas para metade deles. Para suprir esse deficit, Doria prometeu construir um desses centros por mês.

    "Agora, o período crítico de frio já passou", diz o padre Julio Lancelotti, da Pastoral do Povo de Rua.

    O primeiro equipamento do gênero inaugurado por Doria foi no Brás, na Radial Leste. Apesar das novas instalações, os usuários afirmam já haver alguns problemas de estrutura e reclamam do atendimento considerado por eles muito rígido.

    A principal reclamação dos usuários é a ausência dos empregos prometidos. "Fiz o curso de capacitação no primeiro semestre para as vagas, mas mas até agora nada. Se eu tivesse emprego, nem aqui eu precisaria ficar", diz o autônomo Danilo Oliveira, 24.

    Além dos CTAs da Vila Mariana e Brás, a gestão inaugurou uma unidade na região da Aricanduva, zona leste.

    Sobre o CTA da Vila Mariana, a gestão tucana justificou a demora devido à "exigência de documentação e esclarecimentos que atendam à legislação".

    A gestão afirma que, por ter aberto 2.700 novas vagas durante o inverno, não faltou acolhimento para a população em situação de rua.

    A respeito da reclamação dos moradores de rua em relação ao emprego, o governo afirma que 1.272 foram empregados e 3.007 passaram por capacitação.

    "Cabe ressaltar que o país enfrenta uma crise econômica, o que dificulta o processo de abertura de vagas em empresas", afirma a prefeitura em nota.

    Patrícia Devoraes -4.ago.2017/Brazil Photo Press/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, 04.08.2017 - JOAO-DORIA - O prefeito de São Paulo, João Dória durante inauguração do Centro Temporário de Acolhimento (CTA) na região da Vila Mariana, zona sul de São Paulo, na tarde sexta-feira, 04 (Foto: Patrícia Devoraes/ Brazil Photo Press/Folhapress) *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
    O prefeito João Doria (PSDB) durante inauguração do CTA da Vila Mariana, na zona sul de São Paulo

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