A CET e a gestão João Doria (PSDB) irão notificar a partir de novembro os motoristas que excederem o limite de velocidade ao longo de trechos de algumas avenidas de São Paulo.

As notificações, porém, não resultarão em multas. A medida foi anunciada pelo secretário municipal de transportes, Sergio Avelleda, na abertura da Semana de Mobilidade.

Hoje, essa fiscalização é feita em todo o país levando em conta apenas um local de aferição de velocidade, ou seja, um radar. Com a nova medida, deve-se verificar se ao longo de um trecho maior de via, no intervalo entre dois radares, o motorista excedeu o limite.

A ideia da CET é minimizar as vezes em que um condutor trafega acima da velocidade, reduz apenas diante do radar e volta a acelerar adiante. As vias que terão esse tipo de fiscalização são a 23 de Maio, a avenida dos bandeirantes e na pista expressa da marginal Tietê, no sentido da rodovia Ayrton Senna.

Um estudo da CET de 2012 feito no corredor Norte-Sul indica que em um determinado trecho com dois radares, 170 veículos foram flagrados acima da média diante de dois radares. Quando se analisou o tempo de deslocamento entre esses dois radares, percebeu-se que 1441 condutores haviam excedido a velocidade média entre os dois radares. Ou seja, as autuações poderiam aumentar quase 8,5 vezes, se a metodologia de fiscalização mudasse.

A barreira para a mudança nas regras da aferição estão numa interpretação do Código Brasileiro de Trânsito que determina que a fiscalização da velocidade deve ser "local". Há dúvidas se se aferir a velocidade média ao longo de um trecho maior seria possível, sem alteração na lei.

O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) analisa uma alteração na lei que pode possibilitar a aferição em longos trechos.

ÔNIBUS

O secretário municipal anunciou ainda que, em 30 dias, todos os ônibus da capital serão reprogramados para não ultrapassarem os 50 km/h. O limite atual da frota é de 60 km/h. "Nós hoje assinaremos uma portaria e os ônibus de São Paulo passarão a ter um limitador da velocidade parametrizado para 50 km/h, para aumentar a segurança da operação dos ônibus da cidade", disse Avelleda.

Em nota, o Sindmotoristas (sindicato dos trabalhadores de ônibus de São Paulo) disse aprovar a limitação da velocidade máxima. "É um passo efetivo na promoção de um sistema viário mais funcional e humanizado." O sindicato pede outras ações, no entanto, para prevenir acidentes –como melhorias na sinalização e campanhas permanentes de conscientização, além de fiscalização.

Diz ainda que que fará um trabalho de base nas garagens para conscientizar seus profissionais.