Pelo menos sete carros estacionados no aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), foram alvo neste mês de uma modalidade de furto das quatro rodas –que deixa os veículos no chão ou pendurados em macacos e blocos.

Os casos foram registrados desde 6 de setembro no estacionamento perto do terminal 1, destinado a cargas, chamado de Economy, de acordo com Luiz Alberto Guerra, delegado titular da 3ª Deatur (Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista).

A última vítima desse crime no aeroporto foi na madrugada desta quinta-feira (28), quando as rodas de um Honda Civic foram furtadas. A diária desse estacionamento é fixada em R$ 20. O espaço tem grande adesão de funcionários mensalistas.

Quadrilhas que furtam as quatro rodas dos veículos vinham atuando especialmente na zona leste, como revelou a Folha em julho. Em três meses, houve pelo menos 168 vitimas na região –cerca de dois casos por dia.

A Estapar, empresa terceirizada responsável pelo estacionamento de Cumbica, disse que os clientes prejudicados foram devidamente atendidos e que está atuando junto à segurança do aeroporto e às autoridades para cessar esse tipo de ocorrência.

O delegado Guerra afirma que duas quadrilhas que foram presas neste ano por terem cometido furtos de estepes de caminhonetes de luxo não têm relação com os crimes ocorridos em Cumbica.

"Pode ser que tenha ligação, mas acredito que não, porque isso daí [furto de rodas] está disseminado pela cidade toda", disse à Folha. "O pessoal viu alguma facilidade lá, esse estacionamento fica numa área mais remota, e começaram a fazer. Mas é tudo aventureiro, já já a gente prende esse pessoal. Não vai demorar muito tempo não."

Em julho, ao revelar a onda desse tipo de furtos de rodas na zona leste, a reportagem também identificou que, em muitos casos, as vítimas não procuravam a delegacia para registrar a queixa, diante da baixa expectativa de que fosse solucionada.