O Internacional enfrentaria o Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro de 2014 e o meia D'Alessandro, suspenso, não poderia jogar. A primeira pergunta da entrevista coletiva que precedeu a partida já era esperada: quem seria o substituto do argentino?

"O Wianey. Ele sabe de tudo", respondeu Abel Braga, então técnico do time gaúcho.

A resposta pode ter sido original, mas não surpreendeu. Afinal, nas discussões do "Sala de Redação", tradicional programa da Rádio Gaúcha, era regra Wianey Carlet chamar o interlocutor de "burro", mandá-lo "calar a latrina" ou dizer que sua opinião era uma "falcatrua".

Foi por dar pau em todo mundo que o comentarista acabou apelidado de Azedinho pelo âncora do programa, Pedro Ernesto. Era tipo, garantem os colegas: com os microfones desligados, Wianey era açucarado.

Qualquer ambiente em que aparecesse virava festa. "Fora do ar, não havia quem desgostasse dele", afirma Luís Henrique Benfica, companheiro dos tempos de Rádio Guaíba e "Zero Hora".

Wianey começou nos anos 60: passou ainda por Sideral, Difusora, Cultura, Sucesso e Bandeirantes. No jornal, também assinou coluna no "Correio do Povo".

Fanático pelo Inter, ganhou fama no resto do país em 2009, após comparar o já consagrado Lionel Messi a Taison, recém-egresso da base colorada. Intitulado "Taison ou Messi, o tempo dirá quem foi melhor", o texto viralizou.

Diabético e fumante, tinha problemas de saúde. Morreu nesta sexta (29), aos 68 anos, após uma cirurgia vascular. Deixa mulher e duas filhas.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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