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    Acidente com motorista embriagada na marginal Tietê deixa três mortos

    DE SÃO PAULO
    DO "AGORA"

    30/09/2017 12h14 - Atualizado às 22h09

    Helio Torchi/Sigmapress/Folhapress
    Acidente entre dois carros deixou três pessoas mortas na Marginal Tietê na madrugada deste sábado

    Um acidente por volta das 5h deste sábado (30), na pista expressa da marginal Tietê, sentido Ayrton Senna, 50 metros após a ponte dos Remédios, em São Paulo, deixou quatro vítimas, três fatais e uma ferida.

    De acordo com o boletim de ocorrência, a motorista Talita Sayuri, 28, responsável pelo acidente, estava embriagada e mexendo no celular. Sua habilitação também estava vencida desde julho.

    O delegado responsável pelo caso afirmou que o teste do bafômetro apresentou 0,48 miligrama de álcool por litro de ar expelido. É considerado crime níveis a partir de 0,34 mg/l, com pena de seis meses a três anos de prisão e suspensão da habilitação.

    Sayuri foi presa em flagrante por embriaguez ao volante e homicídio doloso, quando se assume o risco de matar, com pena de seis a 20 anos de prisão. Ainda segundo a polícia, no momento da colisão as três pessoas atingidas estavam fora do veículo, parado no acostamento.

    Ela disse na delegacia que foi a uma balada na Vila Olímpia (zona oeste) e ingeriu uma dose de uísque com energético. Para PMs no local, afirmou que mexia no celular na hora do acidente. Na delegacia, negou essa versão.

    Com esse caso, o número de mortes em acidentes nas marginais Pinheiros e Tietê este ano chega a 18, sendo cinco por atropelamentos e 13 envolvendo motociclistas.

    Douglas Relva, pai de Vanessa Relva, 28, uma das vítimas fatais e que trabalhava como gerente de um estacionamento, pede punição pela morte da filha. "Eu só quero que a pessoa não saia impune pela irresponsabilidade, ela está destruindo três famílias."

    Artur Rodrigues/Folhapress
    Familiares das vítimas de acidente na pista expressa da marginal Tietê
    Familiares das vítimas de acidente na pista expressa da marginal Tietê

    Os familiares das vítimas estavam revoltados na delegacia, principalmente porque uma das amigas mortas optou por ir de Uber para a balada porque sabia que iria beber e não queria dirigir embriagada.

    "Ela bebeu e pegou um Uber. Depois, voltou com um amigo. Ela teve responsabilidade. Aí vem alguém que não teve e ceifa a vida dela e de mais duas pessoas", disse o empresário Douglas Relva, 31 anos, irmão de Vanessa.

    Vanessa trabalhava no estacionamento da família e era moradora da Mooca (zona leste). Segundo o irmão, era conhecida por dirigir até caminhão e tinha o sonho de trabalhar com televisão.

    Já sua amiga, a auxiliar de produção Aline Sousa, veio de Sergipe há dez anos e, no fim do ano, iria visitar seus pais. Segundo sua família, ela fazia um tratamento contra uma doença que deixava sua imunidade baixa.

    "Ela lutava para ficar bem e perdeu a vida desse jeito. A pessoa que fez isso precisa pagar, porque sabia que não podia dirigir. Ela acabou com a vida de três famílias", disse a irmã da vítima, Fabrícia de Jesus Sousa, 30 anos.

    O único que deixou filhos foi o fisioterapeuta Raul Fernando, que é pai de 4 crianças e estava divorciado. Ele era proprietário de duas clínicas de fisioterapia.

    A defesa de Sayuri afirmou que só irá se pronunciar depois de se inteirar sobre a ocorrência.

    VELOCIDADE

    A gestão João Doria (PSDB) foi alvo de críticas de especialistas após elevar os limites de velocidade nas marginais em janeiro deste ano.

    A preocupação central era que a medida, prometida pelo tucano na campanha eleitoral, provocasse um aumento de acidentes e mortes nessas vias.

    Os limites subiram de 70 km/h para 90 km/h nas pistas expressas, de 60 km/h para 70 km/h nas centrais e de 50 km/h para 60 km/h nas locais (com exceção da faixa de tráfego da direita).

    Meses após as mudanças, registros da Polícia Militar e do Samu apontaram alta de atendimentos a batidas com feridos. Segundo a PM, entre fevereiro e maio, os acidentes com vítimas nas marginais subiram 38% em relação ao mesmo período do ano passado (de 392 para 540).

    Já a gestão Doria diz trabalhar com dados de boletins de ocorrência analisados pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), pelos quais haveria redução.

    Segundo especialistas, mesmo quando há outros fatores determinantes para um acidente, a velocidade também pode ser um agravante. Isso porque os tempos de reação dos motoristas e de frenagem dos veículos variam conforme a velocidade.

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