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    Polícia acha drogas até em telhado de UPP e prende comandante da unidade

    SÉRGIO RANGEL
    DO RIO

    12/10/2017 14h28

    O major Alexandre Frugoni, comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Caju, foi preso nesta quarta-feira (11) pela corregedoria da Polícia Militar. Os policiais encontraram drogas até no telhado da unidade militar. Na sala do comandante, os policiais acharam uma pistola com a numeração raspada, 13 carregadores, bombas de gás, e mais de mil munições que não são da polícia.

    No total, quatro militares da UPP foram presos. Os nomes dos outros três não foram divulgados. Os 67 pinos de cocaína e 11 tabletes de maconha escondidos no telhado foram descobertos após os cães da PM começarem a latir para o alto quando entraram em uma das salas da unidade.

    Em um armário no alojamento da supervisão da UPP, a corregedoria da PM encontrou mais de 100 pinos de cocaína, 20 tabletes de maconha, uma pistola calibre 380 também com a numeração raspada e munições de fuzil.

    Também militar, a mulher do comandante foi obrigada a depor. Ela é acusada de tentar esconder parte do material, que estava na residência do casal. A mulher do comandante é major da PM. A UPP do Caju conta com 350 policiais e foi inaugurada em abril de 2013.

    PACIFICAÇÃO

    O programa da UPP foi instalado em 2008 para retomar áreas dominadas pelo tráfico e aproximar a população do Estado. Se tornou trunfo político do então governador Sérgio Cabral (PMDB), hoje preso. Cabral chegou a prometer em sua campanha à reeleição terminar o governo com "todas as favelas pacificadas".

    Em agosto, em meio ao agravamento da violência no Rio e do aumento de confrontos armados nas favelas, a secretaria de Segurança anunciou a retirada de 3.000 policiais das UPPs. Especialistas em segurança pública afirmam que a decisão do governo inviabiliza o funcionamento das UPPs como planejada.

    MORADORES

    Pesquisa Datafolha mostra que, se pudessem, 72% dos moradores dizem que iriam embora do Rio por causa da violência.

    O desejo de deixar a cidade é majoritária em todas as regiões e faixas socioeconômicas –foram ouvidas 812 pessoas, e a margem de erro do levantamento é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos. Nas últimas semanas, segundo o Datafolha, um terço dos moradores mudou sua rotina e presenciou algum disparo de arma de fogo. O levantamento revela que 67% das pessoas ouviram algum tiro recentemente.

    Pesquisa Datafolha sobre sensação de insegurança no Rio de Janeiro

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