Sorriso no rosto, acenos empolgados e até uma cantarolada despretensiosa. É assim que Jaime Flausino Rodrigues pode ser encontrado no YouTube ou nas redes sociais, em sua versão artista.

Os menos desavisados poderiam até entender aquilo como encenação, mas quem conhecia Jaiminho garante que a felicidade e o carisma eram iguais quando ele estava fora da tela do computador.

Nascido na pequena cidade de Jaguapitã, no Paraná, ele começou a trabalhar cedo como pedreiro, seguindo os passos do pai. Dedilhava sua viola nas horas vagas, mas pouco falava sobre ser artista.

Foi em Americana, no interior paulista, já com pouco mais de 50 anos, que o caminho de Jaiminho até a fama começou a ser trilhado. Mais precisamente em uma calçada na frente de uma TV local.

O pedreiro fazia o conserto da guia quando brincou com um pedestre, chamando-o de "grandalhão" –ele adorava apelidos. O tal passante, porém, era Rodrigo José, cantor do clipe descrito há pouco.

Após alguns encontros, conversas, brincadeiras, Rodrigo chamou Jaiminho para um programa de talentos local: o "Todo Som". De terno, lenço de cetim e o título de conde, ele julgava as bandas de forma cômica. Dançava, falava sobre viagens que nunca fez e chegava a comparar heavy metal ao É o Tchan.

A filha Eliane diz que pouco mudou em sua rotina. "Era um hobby, nunca chegou a ser um ganha-pão", mas Rodrigo José lembra de como ele se divertia nos palcos, nos clipes e nas aparições em shows.

Morreu no dia 10, aos 62 anos, após um AVC. Deixa mulher, duas filhas e três netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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