Davi Ramos saía cedo de casa com a ideia de lutar pela classe trabalhadora, contra as desigualdades sociais.

Filho de trabalhadores rurais, ele começou a militância ainda na adolescência. O PC do B nem era um partido oficial naquele ano de 1979, mas Davi já fazia parte dele.

Nascido na pequena São Francisco (a 606 km de São Paulo), mudou-se ainda garoto para Santa Bárbara d'Oeste, também no interior paulista, dividindo seu tempo entre Santa Bárbara e a vizinha Americana, onde trabalhava. Foi operador de forno em indústrias químicas da região e chegou a participar da fundação do sindicato da categoria.

Mesmo contra a vontade da família, mudou-se de vez para Americana nos anos 1990, onde foi vereador por três mandatos seguidos (1997-2008). Foi eleito novamente para um quarto mandato alguns anos depois, assumindo em 2013, sempre dedicado a projetos habitacionais e no fortalecimento de movimentos sociais e sindicais.

Ávido por conhecer o Brasil, viajou por todo Estado de São Paulo e pela região Nordeste. Mas sempre de carro –tinha medo de avião, lembra Flávio Costa, vice-presidente do PC do B em Americana.

Ansioso, costumava roer as unhas e não era de muitos afagos. Quando estava com amigos e família, gostava de contar histórias, geralmente engraçadas, por horas a fio.

"Ele tinha a capacidade de ser onipresente. Realizava muitas atividades no mesmo dia", conta o filho Cézar, que o acompanhava no dia a dia.

Parou no último dia 6, aos 55 anos, após complicações cardíacas. Deixa a mulher, a mãe, três filhos e três irmãos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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