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    Nélio José Nicolai (1940-2017)

    Mortes: Um inventor incansável que buscava reconhecimento

    FERNANDA PEREIRA NEVES
    DE SÃO PAULO

    17/10/2017 00h00

    Podia ser durante uma conversa ou em um momento de descanso no sofá, Nélio José Nicolai estava sempre criando. A família chegava a flagrá-lo escrevendo no ar enquanto dormia, como se sua mente não parasse nunca.

    Nascido em Belo Horizonte, Nélio jogou no time de base do Cruzeiro na adolescência, mas preferiu trocar o futebol por uma carreira no ramo de telecomunicações, tendo se formado na Escola Técnica de Minas Gerais, em 1967.

    Viajou o Brasil fazendo consertos e inovações, até se estabelecer de vez em Brasília, no começo dos anos 1970, por conta do nascimento do primeiro filho. A escolha da capital federal não foi à toa, ele gostava do novo, do moderno. "Um exemplo da capacidade do homem", dizia.

    Foi na nova cidade, trabalhando na Telebrasília [hoje absorvida pela Oi], que surgiu sua grande invenção: o bina.

    "Eu tinha muitos vizinhos bombeiros, que reclamavam dos trotes no 193", explicou à Folha em 2014. Disse na ocasião que demorou pra ver o famoso identificador de chamadas como uma invenção –via mais como um quebra galho.

    Após alguns anos, abriu sua própria empresa, onde desenvolveu tecnologias como o aviso do uso do cartão de crédito por SMS e o alerta de segunda chamada durante a ligação, afirma o filho Cristiano. "Ele queria facilitar a vida do usuário, dando também mais segurança".

    Sorridente e otimista, lutou até o fim para receber das telefônicas pelo uso do bina. Dizia que o brasileiro não era reconhecido no próprio país.

    Morreu dia 11, aos 77, após uma infecção. Deixa a mulher, quatro filhos e duas netas.

    coluna.obituario@grupofolha.com.br

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