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    Suzane será avaliada por psicólogos e pode deixar a prisão em até 60 dias

    MARIANA ZYLBERKAN
    DE SÃO PAULO

    19/10/2017 02h00

    Condenada pela morte dos pais, Suzane Richthofen, 32, terá que ser avaliada por dois psicólogos e um psiquiatra para saber se poderá cumprir os anos restantes de sua pena em liberdade. O exame criminológico foi pedido pelo Ministério Público e deve ser feito em até 60 dias na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, onde ela cumpre pena de 39 anos pelo crime.

    A Justiça negou pedido da defesa de Suzane para que a avaliação fosse feita por funcionários do próprio presídio. Decisão da 2ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté determinou que os especialistas sejam indicados pela Justiça para atestar a capacidade da detenta em viver fora do sistema prisional. O laudo vai servir para a Promotoria defender ou não sua soltura.

    Presa desde novembro de 2002, Suzane passou para o regime semiaberto em outubro do ano passado e, em junho, protocolou pedido para sair da prisão. Suzane poderia ter passado do regime fechado para o semiaberto em agosto de 2014, mas, como ela não queria deixar Tremembé, preferiu negar o benefício naquele momento para aguardar a inauguração da ala de semiaberto no presídio. Ela precisa cumprir 2/5 da pena na cadeira (fechado e semiaberto), prazo de 15 anos que termina agora em novembro. No regime aberto, ela poderá sair da prisão, mas terá que obedecer a restrições, como não se ausentar do município sem autorização da Justiça e se recolher no período noturno.

    A defesa alegou em pedido negado pela Justiça que ela está sendo vítima de "pré-juízo e pré-julgamento", já que é praxe funcionários da penitenciária realizarem exame criminológico. O advogado acusou a Promotoria de desconfiar da parcialidade dos profissionais e defender que ela tem "uma personalidade manipuladora" capaz de influenciar as conclusões técnicas.

    Segundo a defesa, ela atingiu em maio lapso temporal que a permite ir ao regime aberto devido aos anos de trabalho em uma oficina de costura na prisão.

    Marcelo Gonçalves/Sigmapress/Folhapress
    Suzane Louise von Richthofen, condenada pela morte dos pais em 2002, deixa o presídio feminino de Tremembé (SP), nesta quarta-feira (11) para passar o 12 de outubro, Dia das Crianças, com sua família.
    Suzane Richthofen, condenada pela morte dos pais em 2002, no presídio feminino de Tremembé (SP)

    O defensor público ressaltou também que a atuação de profissionais da iniciativa privada não garante que será preservada "a dignidade, o sigilo e a proteção contra o sensacionalismo" do processo.

    Na última quarta-feira (11), Suzane teve direito à oitava saída temporária, no Dia da Criança. Ela foi filmada saindo da penitenciária e entrando no carro do namorado, Rogério Olberg.

    CRIME

    Suzane, seu ex-namorado Daniel Cravinhos e o irmão dele, Christian, foram condenados pelos assassinatos de Manfred e Marísia von Richthofen, ocorridos em 2002. Cristian Cravinhos deixou a prisão e foi para o regime aberto em agosto deste ano. Daniel ainda está no semiaberto.

    Há um ano, a Justiça de São Paulo determinou que a herança da família Von Richthofen seja entregue apenas ao irmão de Suzane, Andreas Albert von Richthofen. Na sentença, o juiz determinou que ela deveria ser excluída da partilha dos bens por considerá-la "indigna".

    A herança é calculada em mais de R$ 3 milhões. Em 2014, Suzane se casou com Sandra Regina Gomes, condenada a 27 anos pelo sequestro e morte de um adolescente em Mogi das Cruzes (SP). Mas Sandrão, como é conhecida, conseguiu a progressão para o semiaberto em fevereiro de 2015 e se mudou para outra unidade prisional, em São José dos Campos.

    Suzane assumiu o relacionamento com o empresário Rogério Olberg em maio do ano passado.

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