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    Projeto que retira atenuante de pena a menor de 21 anos avança no Congresso

    MARINA DIAS
    ANGELA BOLDRINI
    DE BRASÍLIA

    07/11/2017 21h00 - Atualizado às 21h55

    A Câmara aprovou nesta terça-feira (7) um projeto que retira do Código Penal o atenuante de pena quando o criminoso for menor de 21 anos. Agora, a proposta segue para apreciação no Senado.

    De acordo com o texto aprovado pelos deputados, foi extinto ainda o dispositivo que diminui pela metade o prazo de prescrição do crime se o autor tiver menos de 21 anos.

    Apesar de ter havido discussão sobre o tema, foi mantido o atenuante hoje previsto em lei para pessoas com mais de 70 anos na data em que for proferida a sentença.

    Outra modificação decorrente do projeto aprovado nesta terça diz respeito à permissão para que pessoas entre 16 e 18 anos possam prestar queixa à polícia sem necessidade de um representante legal. Hoje, somente pessoas com mais de 18 anos podiam fazê-lo.

    Os parlamentares aprovaram ainda o projeto que obriga as operadoras de telefonia de celular instalarem bloqueadores nos presídios, sujeito a multa por não cumprimento de R$ 50 mil a R$ 1 milhão.

    Marlene Bergamo - 14.abr.2015/Folhapress
    Jovens internos na Fundação Casa, que passam por medidas socioeducativas
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    O aval dos deputados para esses projetos faz parte de um esforço da Câmara para debater a tramitação de medidas referentes a segurança pública, capitaneadas, principalmente, pela chamada bancada da bala.

    Nesta terça, a Câmara aprovou também regime de urgência para quatro outras propostas do pacote, o que fará com que as medidas sejam apreciadas mais rapidamente pelo plenário.

    Segundo o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), as propostas, que ainda não têm consenso entre todos os partidos, devem ser votadas até sexta-feira (10).

    Dentre as medidas debatidas, a maioria é defendida pelos deputados da Frente Parlamentar de Segurança Pública e apenas uma, que aumenta o rigor de apuração em regime de urgência aos autos de resistência –quando a polícia alega ter agido para se defender no caso de uma morte, por exemplo–, foi proposta por um parlamentar de oposição, Paulo Teixeira (PT-SP).

    Na prática, o pacote é bem menos ambicioso do que se previa e não inclui temas como a revisão da lei do desarmamento ou aqueles que tratam de benefícios financeiros a policiais, considerados corporativistas.

    Integrante da bancada da bala, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) é o responsável pelas propostas que encabeçam o pacote, como a que acaba com a saída temporária de presos, a "saidinha", cujo regime de urgência foi aprovado nesta terça, e a que exclui a possibilidade de progressão de pena para aquele que assassinar um policial.

    Segundo o deputado, a votação em regime de urgência dos projetos foi acordada em reunião de líderes com Maia nesta segunda (6), mas a bancada da bala não se comprometeu a votar pela aprovação do texto do deputado petista, que seria, de acordo com Fraga, "intimidador" aos policiais.

    O projeto de Teixeira estabelece que deve ser instaurado inquérito imediatamente após casos de ação policial resultante em lesão corporal ou morte e também teve seu regime de urgência aprovado nesta terça.

    Outra proposta que deve ser votada nesta semana trata do uso de vítimas como "escudo humano" para criminosos se protegerem–também com regime de urgência aprovado. Por fim, também ganhou regime de urgência a proposta que cria um cadastro nacional de pessoas desaparecidas.

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