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    Contrato expirado leva agentes da CET em SP a usar talão para multas

    RENATO FONTES
    DO "AGORA"

    14/11/2017 14h00

    Robson Ventura/Folhapress
    SAO PAULO - 13/11/2017 - A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não renovou o contrato com a empresa que imprimia as multas aplicadas por agentes de trânsito e deverá voltar a usar talões de papel para anotar as infrações. Agente da CET multa veiculo parado em local proibido no Parque Dom Pedro proximo a Praça Ragueb Chohfi (FOTO: Robson Ventura / Folhapress) *** EMBARGADA PARA VEICULOS ONLINE *** UOL E FOLHA.COM E FOLHAPRESS CONSULTAR FOTOGRAFIA DO AGORA *** FONES 32242169 3224 3342 ***
    Agente da CET aplica multa em talão de papel

    Marronzinhos estão desde segunda-feira (13) autuando motoristas com talão de papel porque a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não renovou contrato com empresa relacionada ao serviço, segundo sindicato da categoria.

    A prática de multar com caneta e papel começou a ser abolida há mais de dez anos na capital. Em 2006 a CET já fazia testes para o novo talão eletrônico, que se consolidou no início desta década.

    O Sindiviários (sindicato dos trabalhadores em transporte de São Paulo) diz que a empresa responsável pelo papel das impressoras portáteis usadas pelos marronzinhos suspendeu o fornecimento no domingo (12).

    Agora, segundo a entidade, agentes de trânsito têm que anotar, com caneta, no talão, autuações como estacionamento proibido, transgressão à Zona Azul e desrespeito ao rodízio ou ao semáforo.

    Segundo o sindicato, o tempo de processamento da infração na CET deve aumentar para até quatro dias com a multa manual. Pelo meio eletrônico, esse tempo era menor que um dia. Consequentemente, a notificação ao motorista deverá demorar mais para chegar em casa.

    Para o presidente do sindicato, Reno Ale, apesar da mudança, "os profissionais estão habituados com as duas formas de trabalhar".

    Em setembro, a gestão Doria anunciou que, "por mais segurança no trânsito", iria orientar agentes a multar mais uso de celular, falta do uso de seta e desrespeito a ciclistas, a pedestres e a semáforos.

    Questionada sobre o caso (detalhes do contrato, quais multas estão envolvidas e se haverá nova licitação), a gestão Doria respondeu assim: "A forma de registro das infrações de trânsito não interfere na rotina de trabalho dos agentes de trânsito. A fiscalização continua sendo feita normalmente".

    No estacionamento rotativo do Mercadão, na Sé (região central), um marronzinho multava infratores de forma analógica, nesta segunda. "Infelizmente, estamos retrocedendo no tempo", afirmou ele, que preferiu manter o anonimato. "A empresa simplesmente avisou que o contrato foi encerrado e pediu para gente utilizar o talãozinho", afirmou outro agente.

    Na rua Cavalheiro Basílio Jafet, perto do Parque Dom Pedro 2º, uma agente contava quantas folhas ainda restavam no bloquinho de 30 –ela havia acabado de autuar um veículo estacionado irregularmente. "Meu desejo é que isso se solucione o mais rápido possível. Meus pulsos agradecerão", afirmou a profissional.

    "O número de autuações cairá cerca de 40%", calculou outro agente. O portal Mobilidade Segura, gerido pela prefeitura, registrou quase 2 milhões de multas manuais somente neste ano.

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