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    PF prende ex-estagiário da Justiça que passava informações sobre traficante

    WÁLTER NUNES
    DE SÃO PAULO

    20/11/2017 12h58

    Divulgação/PF
    O traficante Luiz Carlos da Rocha, que mudou de rosto para fugir da polícia
    O traficante Luiz Carlos da Rocha, que mudou de rosto para fugir da polícia

    A Polícia Federal prendeu temporariamente (prazo de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco), nesta segunda (20), Gabriel Barioni de Alcântara e Silva; ex-estagiário de direito da Vara Federal Previdenciária de Londrina acusado de acessar informações de ação criminal que envolve Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, considerado o maior traficante de drogas da América do Sul.

    Silva utilizava, segundo a PF, senha exclusiva e restrita para o trabalho na Justiça com a finalidade de acessar ilegalmente o processo criminal referente à Operação Spectrum, que prendeu o traficante. Os investigadores identificaram acessos ilegais ao processo criminal feito em outros estados e até no Paraguai.

    Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos na cidade de Londrina. O ex-estagiário tinha relação próxima com a família de Cabeça Branca.

    A Operação Spectrum foi deflagrada pela Polícia Federal paranaense em julho com a prisão de Cabeça Branca na cidade de Sorriso, em Mato Grosso. Logo em seguida o traficante foi enviado para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no oeste do Paraná, um presídio de segurança máxima.

    Na ocasião da prisão do traficante, o superintendente da Polícia Federal paranaense, Rosalvo Franco, classificou Cabeça Branca como uma lenda do crime. "Desde que entrei na Polícia Federal, há 32 anos, já se falava em Cabeça Branca", disse.

    Ele era o primeiro da lista de procurados da PF e, segundo os policiais, tinha mais importância e influência que o colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia ou Fernandinho Beira-Mar.

    A investigação para prender Cabeça Branca durou mais de um ano e só teve sucesso por conta de agentes que conseguiram se infiltrar na quadrilha. Segundo os policiais, o bando de Cabeça Branca tinha um sofisticado esquema de contrainteligência que era feito para despistar investigadores. O traficante também utilizava várias identidades falsas e passou por cirurgias plásticas para mudar a fisionomia.

    A Folha não conseguiu contato com a defesa de Gabriel Barioni de Alcântara e Silva.

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