A protetora de animais Fernanda Pereira Fernandes, 44, morreu queimada na manhã de quarta-feira (22) ao tentar salvar um cão de sua casa em chamas em Artur Alvim, na zona leste. Ela cuidava de 13 animais e conseguiu salvar 11 deles das chamas.
Fernanda era aposentada por invalidez e mantinha em casa um abrigo temporário para cães. Ela tinha seis cães e recebia dinheiro de outras pessoas para cuidar de animais à espera de adoção.
Ela morava em uma casa pré-fabricada de madeira em cima da casa do irmão, na rua Pitágoras. Segundo os vizinhos, o incêndio começou por volta das 7h.
"Eles disseram que ela quis salvar os animais e colocou quase todos em segurança, mas voltou para dentro da casa para salvar uma cadela que era idosa e tinha problemas de mobilidade", disse a agente de viagens Patrícia Hagge, 50, protetora de animais que era amiga de Fernanda e mantinha um cão com ela.
Os bombeiros foram chamados, mas o teto da construção desabou antes que Fernanda pudesse sair.
Ela e a cadela, a collie Winnie, morreram no local. Outra cadela, que sofreu queimaduras, chegou a ser levada a um hospital veterinário, mas não sobreviveu aos ferimentos. Os outros cães foram resgatados ilesos.
Fernanda não era casada e morava na parte de cima do imóvel. Seu irmão chegou ao local após o incêndio. Segundo a amiga Patrícia, Fernanda se aposentou por invalidez após sofrer um AVC, que deixou como sequela uma paralisia em uma das mãos.
O caso foi registrado como morte suspeita no 64º DP (Cidade A.E. Carvalho). As causas do incêndio ainda serão investigadas.
A vira-lata Pituca chegou a ficar internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da clínica veterinária Animaniacs, mas não sobreviveu. A clínica não cobrou os R$ 2.900 do tratamento.
"O caso comoveu a todos, e apesar do custo considerável, resolvemos não cobrar", disse a veterinária Thaís Vieira Machado, 34.
