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    Mairiporã confirma morte de 22 macacos por febre amarela

    LUCIANO CAVENAGUI
    DO 'AGORA'

    02/12/2017 13h30

    A prefeitura de Mairiporã (Grande São Paulo) confirmou a morte de 22 macacos por febre amarela silvestre. Outros 50 animais estão sendo examinados no Instituto Adolf Lutz para investigar a causa. No total, foram encontrados 90 macacos mortos, a maioria na Serra da Cantareira.

    O município tem 95 mil habitantes. Até agora, 70 mil foram vacinados contra a febre amarela, representando 75% da população, segundo a prefeitura. Os macacos não transmitem o vírus da doença, são apenas hospedeiros, como os humanos. A transmissão é feita pela picada do mosquito contaminado.

    Os moradores da Serra da Cantareira estão preocupados com a situação. "Estamos vivendo um desastre ecológico. Nunca passamos pelo que está acontecendo. Vemos macacos mortos por todos os lados", afirmou a médica Adriana Homem, que reside na região há mais de 20 anos. "Eu mesma vi dois macacos caindo e morrendo no meu quintal. Telefonei para a Defesa Civil retirar e fazer exames nos animais, mas disseram que só poderiam vir no dia seguinte, que não tinham estrutura.

    A opinião é compartilhada pelo economista Plínio Spina, 56 anos, que mora há dez anos na Serra da Cantareira. "Não ouvimos mais o barulho dos macacos. Eu costumava acordar com eles, mas agora só existe o silêncio.

    Na capital, foram confirmados quatro macacos mortos, dois no Parque Anhanguera, um no Horto Florestal e outro no Parque Ecológico do Tietê. Por precaução, 16 parques foram fechados para visitação. Em Guarulhos, está em análise a morte de um animal.

    RETIRADA DE ANIMAIS

    A prefeitura de Mairiporã, sob gestão do prefeito Antonio Aiacyda (PSDB), negou que não tenha estrutura para retirar os animais mortos.

    Afirmou que as solicitações podem ser feitas pelo telefone 4419-2321, em qualquer horário. Para as chamadas recebidas entre 8h e 16h, o resgate será na mesma data. Fora desse horário, ocorrerá no dia seguinte.

    A gestão municipal informa para os moradores não manusearam ou agredirem os animais, pois, apesar de não transmitirem a febre amarela, podem passar outras doenças.

    *

    Ciclos de transmissão

    Ciclos

    -

    Sintomas

    Sintomas da febre

    -

    Prevenção

    Vacinação
    - Crianças: a partir dos 9 meses (6 meses em áreas de risco)
    - Adultos não vacinados: uma dose

    Para evitar picadas
    - Repelente (evitar os que também têm protetor solar)
    - Aplicar o protetor antes do repelente
    - Não usar repelentes em crianças com menos de 2 meses
    - Evitar perfume em áreas de mata
    - Roupas compridas e claras (ou com permetrina)
    - Mosqueteiros e telas

    Controle do mosquito
    - Evitar água parada e tomar os mesmos cuidados da dengue, porque há risco de a doença ser contraída pelo Aedes aegypti (o que não acontece no Brasil desde 1942)

    Distância de áreas de risco
    - Evitar áreas de mata com registros da doença; caso vá viajar a esses locais, tome a vacina ao menos dez dias antes

    -

    Tratamento

    - É apenas sintomático, com antitérmicos e analgésicos (anti-inflamatórios e salicilatos como AAS não devem ser usados)
    - Hospitalização quando necessário, com reposição de líquidos e perdas sanguíneas
    - Uso de tela, por exemplo, para evitar o contato do doente com mosquitos

    -

    Febre

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