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    Fanny Abramovich (1940-2017)

    Mortes: Pioneira na arte-educação e escritora infanto-juvenil

    ANTONIO MAMMI
    DE SÃO PAULO

    05/12/2017 00h00

    Leticia Moreira - 10.out.2010/Folhapress
    TAUBATE, SP, BRASIL, 10-10-2010, 10h00: Primeira Semana de Literatura e Games Infantojuvenis (Seliga) realizada no Sitio do Pica-Pau Amarelo em Taubate. Na foto retrato da escritora Fanny Abramovich, homenageada no evento. (Foto: Leticia Moreira/Folhapress,COTIDIANO) ***EXCLUSIVO FOLHA DE S.PAULO***
    Fanny Abramovich (1940-2017)

    Nas histórias que contava para as filhas dormirem, o príncipe encantado de Elisa Kauffmann Abramovich era Luís Carlos Prestes e os palácios eram uma alegoria da sua visão do comunismo: moradas em que todos os habitantes do reino coabitavam em igualdade e harmonia.

    A primeira lembrança guardada por Fanny era a voz da mãe mesclando fantasia e sua leitura da realidade. As explicações lúdicas impulsionaram sua produção intelectual na vida adulta.

    Educadora, pedagoga e escritora infanto-juvenil, Fanny começou a lecionar no final dos anos 50 na Scholem Aleichem, uma escola experimental tocada por judeus de esquerda do Bom Retiro –sua mãe, parte do grupo fundador, foi a primeira mulher eleita vereadora em SP, pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro).

    Após uma temporada de estudos na Europa, especializou-se em arte-educação e ajudou a implantá-la no Brasil. É considerada uma das grandes responsáveis pela introdução da disciplina de artes no currículo escolar.

    Como crítica de cultura infantil, assinou coluna no "Jornal da Tarde" e apresentou um quadro no antigo TV Mulher, da Rede Globo.

    "Ela batia de frente com o processo de transformação da criança em consumidor", diz a amiga Cecília Luedemann.

    Nos anos 80, passou a escrever: são mais de 40 títulos infanto-juvenis. "Contar histórias com paixão e não forçar a barra são formas de estimular a leitura", disse à revista "Nova Escola" em 2008.

    Morreu no dia 27 de novembro, aos 77 anos, devido a complicações do mal de Parkinson. Deixa irmã.

    coluna.obituario@grupofolha.com.br

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