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    Febre amarela já matou 501 macacos em 16 meses em São Paulo

    DE SÃO PAULO

    13/12/2017 15h34

    Divulgação
    Macaco ferido é tratado no zoológico de Gramado, no Rio Grande do Sul
    Macaco ferido após suspeita de febre amarela é tratado no zoológico de Gramado, no Rio Grande do Sul

    O Estado de São Paulo acumula 501 mortes de macacos por febre amarela de julho de 2016 a novembro deste ano, segundo levantamento da secretaria de saúde da gestão Alckmin (PSDB). Em 2017, dez humanos morreram por conta da doença.

    O número representa uma média de 29 animais mortos por mês pela doença. Os 16 meses analisados integram o período em que houve a maior incidência de casos no Estado.

    Dos 501 macacos que morreram por febre amarela, 74% deles foram localizados em regiões de mata da cidade de Campinas (a 96 km da capital paulista).

    A pasta da saúde diz que localizou ao todo 2.147 primatas mortos —todos foram submetidos a exames laboratoriais que detectaram a causa dos óbitos.

    A transmissão da febre amarela para os macacos é feita pelo mosquito haemagogus, comum na mata. Os primatas, apesar de hospedeiros do vírus, não o transmitem à população —quem o faz são os mosquitos Aedes aegypti, após picarem alguém já infectado.

    HUMANOS

    Outras 23 pessoas contraíram febre amarela no período. Destas, dez não resistiram às complicações da doença e morreram no Estado. As cidades paulistas onde a infecção evoluiu para morte são: Américo Brasiliense, Amparo, Batatais, Monte Alegre do Sul, Santa Lucia, São João da Boa Vista e Itatiba.

    O Brasil não registrava casos de febre amarela urbana desde 1942, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde.

    A pasta da saúde paulista diz que tem intensificado os monitoramentos no território do Estado, especialmente, nos corredores ecológicos, onde é intensa a circulação de animais.

    Também como medida preventiva, o governo decidiu fechar parques públicos onde os primatas foram achados mortos. Desde 20 de outubro, foi confirmada a morte de quatro macacos pela doença na capital paulista: dois no Parque Anhanguera, um no Horto Florestal e outro no Parque Ecológico do Tietê.

    Por precaução, 16 parques foram fechados para visitação. Na última semana, a Prefeitura de Mairiporã confirmou a morte de 22 macacos com a doença.

    No momento, os parques estaduais do Horto e da Cantareira (ambos na zona norte da capital paulista), do Alto Tietê (zona leste) e o de Osasco (Grande SP) não estão abertos à visitação.

    Na capital paulista, a meta é vacinar cerca de 2,4 milhões de pessoas que residem na zona norte. A imunização também foi intensificada nas regiões de Jundiaí, Alto Tietê e Osasco.

    Febre amarela

    *

    Ciclos de transmissão

    Ciclos

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    Sintomas

    Sintomas da febre

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    Prevenção

    Vacinação
    - Crianças: a partir dos 9 meses (6 meses em áreas de risco)
    - Adultos não vacinados: uma dose

    Para evitar picadas
    - Repelente (evitar os que também têm protetor solar)
    - Aplicar o protetor antes do repelente
    - Não usar repelentes em crianças com menos de 2 meses
    - Evitar perfume em áreas de mata
    - Roupas compridas e claras (ou com permetrina)
    - Mosqueteiros e telas

    Controle do mosquito
    - Evitar água parada e tomar os mesmos cuidados da dengue, porque há risco de a doença ser contraída pelo Aedes aegypti (o que não acontece no Brasil desde 1942)

    Distância de áreas de risco
    - Evitar áreas de mata com registros da doença; caso vá viajar a esses locais, tome a vacina ao menos dez dias antes

    -

    Tratamento

    - É apenas sintomático, com antitérmicos e analgésicos (anti-inflamatórios e salicilatos como AAS não devem ser usados)
    - Hospitalização quando necessário, com reposição de líquidos e perdas sanguíneas
    - Uso de tela, por exemplo, para evitar o contato do doente com mosquitos

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    Febre

    Perguntas e respostas

    O vírus é transmitido por macacos?
    Não. O vírus é transmitido por um tipo de mosquito presente em áreas de mata. O inseto infecta tanto humanos quanto macacos

    O Brasil tem casos de febre amarela urbana?
    Não. Desde 1942, o país só tem ocorrências da variação silvestre do vírus

    Como se prevenir?
    A vacinação é a principal medida de prevenção

    Quem deve se vacinar?
    Quem se dirige a regiões de mata dentro das áreas de risco. O mapa pode ser consultado em saude.gov.br/febreamarela

    Não moro nesses locais nem vou viajar a áreas de risco. Devo me imunizar?
    Não, inclusive porque a vacina tem risco de efeitos adversos –embora raros, alguns deles são graves

    Onde a vacina está disponível?
    Na rede pública, pode ser encontrada em unidades básicas de saúde. Na particular está disponível por cerca de R$ 250

    Quantas doses da vacina é preciso tomar?
    Uma, segundo recomendação do Ministério da Saúde e da OMS (Organização Mundial de Saúde)

    Até abril, o ministério recomendava tomar uma segunda dose dez anos após a primeira. Quem foi vacinado antes da mudança de recomendação precisa tomar a segunda dose?
    Não. A vacina atual é exatamente a mesma de antes. A única mudança é que o ministério passou a aceitar o entendimento anterior da OMS de que apenas uma dose é suficiente.

    Quem não pode tomar a vacina?
    Gestantes, bebês com menos de 6 meses (e mulheres que amamentam crianças até essa idade), alérgicos a ovo e pessoas imunodeprimidas em razão de doença ou tratamento. No caso de pessoas com doenças autoimunes ou mais de 60 anos, a vacinação deve ser analisada por um médico

    Tenho indicação para vacina, mas mas perdi meu cartão de vacinação e não sei se tomei a dose. O que fazer?
    Procure o serviço de saúde que costuma frequentar e tente resgatar seu histórico. Caso não seja possível, a recomendação é fazer a vacinação normalmente

    Após a infecção pelo vírus, em quanto tempo a doença se manifesta?
    Os sintomas iniciais aparecem de três a seis dias depois

    Quais são os sintomas?
    Inicialmente, febre, calafrios, dores no corpo, náuseas e vômitos. A maioria das pessoas melhora após os sintomas iniciais, mas cerca de 15% desenvolvem sintomas mais graves, como hemorragia, que podem levar à morte

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    Febre

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