Apesar da formação em ciências contábeis e da familiaridade com os números, Paulo de Souza tinha veia na política. Foi vereador, secretário e vice-prefeito, mas sonhava mesmo era ser prefeito de São Vicente, no litoral paulista.

Nasceu e cresceu na cidade que tanto gostava. Teve uma infância simples ao lado dos seis irmãos. Com pais feirantes, começou a trabalhar no sindicato da categoria nos anos 1960, o que acabou levando-o para a política.

Filiou-se inicialmente ao PL, antes de ir para o PMDB a convite do amigo Koyu Iha, então deputado estadual. Já nos anos 1980 participou da fundação do PSDB na cidade, partido que o tornou presidente de honra recentemente.

Desde os anos 2000, foi vereador, secretário de Planejamento na gestão de Márcio França e vice-prefeito duas vezes –a primeira na segunda gestão França e a segunda na de Tércio Garcia, de quem também foi secretário de Projetos Especiais.

Amigo próximo do ex-governador Mário Covas, morto em 2001, urbanizou favelas e ajudou a construir mais vias de acesso dentro da cidade.

"Ele era tranquilão e quando tinha alguma situação chata, falava que deixaria de lado, mas, logo depois lá estava ele, resolvendo", lembra a amiga Renata Covas Lopes.

Nos dias de folga, Paulo gostava de ler, visitar os netos, papear com os amigos, viajar.

Parou dia 10, aos 72, após complicações de uma fratura. Deixa a mulher, com quem era casado havia mais de 40 anos, três filhos e seis netos.

Um projeto de lei em andamento pode dar seu nome a uma escola e a uma avenida da cidade.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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