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    Transexual é morta a pauladas em quarto de hotel na zona norte de SP

    DE SÃO PAULO

    18/12/2017 09h49

    Eduardo Scolese/Folhapress
    Agentes da CET no cruzamento da Voluntários da Pátria, rua onde a transexual Larissa foi morta em hotel
    Agentes da CET no cruzamento da Voluntários da Pátria, rua onde a transexual Larissa foi morta

    Uma transexual foi morta a pauladas dentro de um hotel na zona norte da capital paulista. De acordo com a Polícia Civil, Larissa, 25, morreu por volta das 7h30 deste domingo (17), em um hotel localizado na rua Voluntários da Pátria, em Santana.

    Um funcionário do estabelecimento contou à polícia que ouviu fortes estrondos no quarto onde Larissa estava acompanhada por mais quatro homens. Quando o barulho cessou, o funcionário desceu até a entrada da garagem dos fundos e encontrou a vítima caída no chão já sem vida. Os criminosos deixaram o hotel e ainda não foram identificados.

    Policiais civis que estiveram no local também apuraram que Larissa, que nos documentos pessoais se chamava Alemax Machado da Silva, fazia programas sexuais na região e foi atacada pelos quatro homens com vigas de madeira. O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil, instaurou inquérito para investigar o caso. Até a publicação desta reportagem, nenhum dos envolvidos havia sido preso.

    MORTES

    Só no primeiro quadrimestre deste ano, o número de assassinatos de transgêneros, grupo mais vulnerável da comunidade LGBT, subiu 18% em relação ao mesmo período de 2016, até agora o ano mais violento da década para essas pessoas. A informação é dos grupos brasileiros Rede Trans Brasil e GGB (Grupo Gay da Bahia).

    De acordo com o último relatório da ILGA (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais), o Brasil ocupa o primeiro lugar em homicídios de LGBTs nas Américas, com 340 mortes por motivação homofóbica em 2016 –a GGB conta 343. Os grupos brasileiros estimam que 144 desses homicídios sejam de travestis e transexuais.

    Os registros da Rede e do GGB, colhidos a partir de notícias publicadas na imprensa e em redes sociais, revelam que os assassinatos de transgêneros não envolvem um, mas sim vários tiros de arma de fogo, múltiplas facadas e espancamento com pedras e pauladas –como no caso de Dandara dos Santos, 42, que teve sua morte por apedrejamento e tiros filmada por agressores em Fortaleza (CE).

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