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    Febre Amarela

    Certificado internacional de vacina da febre amarela demora até três meses

    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA

    18/01/2018 02h00

    Em meio ao avanço de casos de febre amarela, quem planeja viajar para um dos países que exigem certificado internacional de vacinação contra a doença pode esperar até três meses para conseguir o documento.

    O prazo se refere ao intervalo entre o agendamento e a emissão do chamado "CIVP" em centros de orientação a viajantes mantidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em Estados maiores –caso de São Paulo. Em Estados menores, a espera varia entre 1 e 5 dias, diz a agência.

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    No centro que fica no aeroporto de Congonhas, por exemplo, agendamentos só estão disponíveis a partir de 4 de abril. Em Guarulhos, a próxima vaga é em 16 de fevereiro, segundo dados do sistema de cadastro e agendamento da agência.

    A Anvisa diz que tem reforçado o diálogo com secretarias de saúde para tentar ampliar o número de serviços de vacinação que emitem o documento, hoje exigido por mais de cem países.

    A ideia é fazer novas parcerias com municípios e Estados, os quais receberiam os papéis do CIVP e emitiriam o comprovante junto com a vacinação aos viajantes.

    Segundo a agência, a ampliação ocorre à medida em que as secretarias encaminham os documentos para credenciar os serviços. Até o fim de março, a previsão é que haja mais 174 serviços públicos cadastrados.

    Hoje em dia, além dos centros de orientação ao viajante mantidos pela Anvisa, o certificado pode ser emitido em outras 97 unidades públicas, como postos de saúde credenciados, e 118 privadas –nestas, a emissão do certificado costuma ser vinculada à vacinação na própria unidade. A Anvisa não tem dados do tempo de espera nesses locais.

    Em São Paulo, de 16 unidades, nove são em serviços de vacinação privados. Com a falta de vacinas na rede particular, porém, clínicas que emitiam certificado também deixaram de fazê-lo.

    Nas demais, a alta na procura causa impasse. No Hospital das Clínicas, que só emite certificado para vacinados no local, não há agendamento do atendimento, mas há longa espera.

    O hospital diz que o certificado é emitido só nos casos em que há pré-cadastro do viajante no site da Anvisa.

    Reprodução
    Exemplo de carteira de vacinação com selo para identificar pessoas que tomaram a dose fracionada
    Exemplo de carteira de vacinação com selo para identificar pessoas que tomaram a dose fracionada

    REQUISITOS

    O mesmo cadastro também é obrigatório nos demais serviços. Já a necessidade ou não de agendamento varia conforme a unidade.

    Desde julho, a Anvisa também passou a priorizar, no atendimento, viajantes que apresentam comprovante de viagem marcada para as áreas que exigem o CIVP.

    O documento também não será emitido para quem apresenta comprovante de ter tomado a dose fracionada da vacina, a qual passa a ser distribuída em São Paulo no final deste mês.

    Neste caso, o viajante precisa solicitar que seja aplicada a dose padrão, por meio da apresentação de comprovante de viagem.

    Apenas uma dose indica proteção por toda a vida, segundo a OMS. Assim, quem tem o certificado de vacinação com data vencida não precisa mais renová-lo.

    Em nota, a agência diz que o tempo de espera "é uma questão muito relativa" e que depende de diversos fatores, "inclusive velocidade da rede e eventuais cadastros preenchidos de forma equivocada e incompleta".

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