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    Filha do rei Juan Carlos é interrogada pela Justiça espanhola

    DA DEUTSCHE WELLE

    08/02/2014 15h49

    Neste sábado (08/02), a infanta Cristina de Bourbon, filha mais nova do rei Juan Carlos, foi ouvida pelo juiz José Castro em um tribunal de Palma de Maiorca no processo que investiga o suposto envolvimento dela e do marido, Iñaki Urdangarin, em crimes de fraude fiscal, enriquecimento ilícito e corrupção.

    Durante as primeiras cinco horas de interrogatório, Cristina, 48, reiterou desconhecer aspectos da gestão da empresa Aizoon, da qual era proprietária com seu marido? em quem disse confiar plenamente. De acordo com o advogado de acusação da Frente Cívica, Manuel Delgado, a infanta respondeu à maioria das perguntas de maneira tranquila e serena.

    Segundo ele, porém, "95%" de suas respostas, aparentemente treinadas, eram evasivas. Fontes que acompanharam as perguntas conduzidas por Castro contaram que Cristina afirmou ter assinado tudo o que Urdangarin lhe pedia. A sétima na linha de sucessão ao trono espanhol disse ainda desconhecer vários elementos apontados pelo juiz, inclusive faturas da empresa.

    Gastos excessivos e corrupção

    No interrogatório que teve início pela manhã e prosseguiu ao longo da tarde, Cristina foi questionada sobre gastos que fez com o cartão de crédito da empresa e sobre o empréstimo de 1,2 milhão de euros que recebeu do rei Juan Carlos para a compra da mansão onde vive, em Barcelona.

    Urdangarin é acusado de vários crimes, incluindo um desfalque de 6 milhões de euros de dinheiro público através de uma fundação sem fins lucrativos, o Instituto Nóos, dirigida por ele e da qual princesa espanhola fazia parte do conselho diretor.

    O dinheiro teria ido parar nas contas da holding Aizoon, que os investigadores suspeitam ser uma empresa de fachada. Cristina controla 50% do capital da Aizoon, e seu marido, os restantes 50%. Os crimes teriam ocorrido entre 2004 e 2006. O casal, que não representa a coroa espanhola em eventos oficiais desde 2011, supostamente a pedido do rei Juan Carlos, nega todas as acusações.

    Protestos contra a monarquia

    Cristina chegou ao tribunal de Palma de Maiorca minutos antes do depoimento, marcado para as 10h (hora local). Ao caminhar até a entrada do prédio, sorriu para a imprensa. A poucos metros dali, porém, centenas de manifestantes protestavam com apitos, roncos de motores de motos e buzinas de carros contra a monarquia espanhola, restaurada em 1975 após a morte do ditador Francisco Franco.

    As acusações envolvendo a filha mais nova do rei Juan Carlos vêm ajudando a arranhar a imagem da monarquia espanhola em um momento delicado da economia do país, que enfrenta uma taxa de 26% de desemprego, protestos contra corrupção, arrochos fiscais e cortes em programas do governo.

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