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    Dresden relembra bombardeio aliado de 1945

    DA DEUTSCHE WELLE

    14/02/2014 07h55

    Pela primeira vez em anos, cerimônia não foi acompanhada por marchas de neonazistas, que insistem em desviar o sentido da data para fins ideológicos próprios. Corrente humana forma ponto alto da celebração.

    Em 13 de fevereiro de 1945, a poucos meses do fim da Segunda Guerra Mundial, a primeira carga de bombas das forças aliadas atingiu Dresden, capital do estado da Saxônia, no leste da Alemanha.

    No dia seguinte, o centro da cidade estava em ruínas, com cerca de 25 mil mortos.

    Robert Michael/AFP
    Moradora de Dresden acende vela em memória dos 69 anos do bombardeio aliado
    Moradora de Dresden acende vela em memória dos 69 anos do bombardeio aliado

    Desde então, todos os anos as vítimas do bombardeio são recordadas. Na cerimônia desta quinta-feira, no cemitério municipal Heidefriedhof, a prefeita Helma Orosz alertou contra o esquecimento.

    "Não podemos deixar que se apague a lembrança de que as bombas sobre Dresden, com em outros locais do solo alemão, atingiram tanto vítimas inocentes quanto criminosos." Por outro lado, prosseguiu a política democrata-cristã, não se deve esquecer "que foi a Alemanha nazista a forçar outros povos e Estados a uma luta de vida ou morte". Reação contra instrumentalização neonazista

    Há anos os neonazistas alemães tentam desvirtuar o jubileu para os seus fins ideológicos. No entanto, a manifestação que estava anunciada para esta quinta-feira foi inesperadamente cancelada, e a celebração oficial transcorreu de forma pacífica.

    Em contrapartida, na noite anterior, pela primeira vez em anos, cerca de 200 neonazistas conseguiram realizar uma passeata à luz de tochas pelo centro histórico de Dresden, sob protestos veementes de cidadãos e adversários políticos. Até então, a marcha vinha sendo impedida.

    O governador da Saxônia, Stanislaw Tillic, comentou com rigor os acontecimentos: "A tentativa dos extremistas de direita de instrumentalizar o bombardeio de Dresden e a guerra para os seus fins, apagando a ditadura de terror nacional-socialista, é esquálida e intolerável", afirmou.

    "Estamos todos conclamados a nos empenharmos, para além deste dia, pela paz, tolerância e contra o ódio, violência e racismo." Um dos pontos altos da celebração é uma corrente humana no centro da cidade, um gesto também contra a extrema direita.

    Todos os anos, às 21h45m, hora do primeiro ataque dos aliados, todos os sinos de Dresden tocaram.

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