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    Partidos de direita retomam maioria no Senado francês

    DA DEUTSCHE WELLE

    29/09/2014 11h22

    A oposição de direita na França retomou a maioria no Senado neste domingo (28), impondo mais uma amarga derrota este ano ao presidente François Hollande e a seu Partido Socialista.

    Apenas três anos após a histórica guinada à esquerda da câmara alta do Parlamento francês, direitistas ganharão cerca de 20 novos assentos e, com eles, a maioria absoluta, segundo resultados parciais das eleições para senador.

    O conservador União por um Movimento Popular (UMP), do ex-presidente Nicolas Sarkozy, e seus aliados do União dos Democratas e Independentes (UDI), teriam chegado a 180 lugares, segundo contagem parcial dos votos –cinco a mais do que o necessário para assegurar maioria.

    O Partido Socialista e outros de esquerda devem ter suas bancadas reduzidas de 177 para 151 cadeiras.

    A Frente Nacional (FN), de extrema-direita, deverá contar, pela primeira vez em sua história, dois senadores, de acordo com a presidente da legenda, Marine Le Pen.

    "Estes resultados foram além do que esperávamos. A cada dia que passa, nossas ideias estão cada vez mais sendo adotadas pelo povo francês. Temos um grande potencial", comemorou Le Pen.

    "Agora, só nos resta abrir uma única porta: a do Eliseu (palácio presidencial)", comentou Stéphane Ravier, um dos senadores eleitos pela FN.

    Com posições antieuropeias e anti-imigração, a legenda de extrema-direita vem crescendo em popularidade entre os franceses e colecionando vitórias nas urnas.

    Uma pesquisa de intenção de voto para presidente realizada em junho passado chegou até mesmo a trazer Marine Le Pen em primeiro lugar. As eleições presidenciais ocorrerão em 2017.

    SOCIALISTAS EM QUEDA

    Já para os socialistas, o resultado significará a terceira derrota seguida este ano.

    Em março, o grupo de esquerda havia sofrido significativas perdas nas eleições municipais e, em maio, nas eleições europeias.

    Já era esperado que legendas socialistas e comunistas perdessem, agora, a maioria no Senado, conquistada três anos atrás.

    A popularidade de Hollande caiu em nível recorde neste mês, com apenas 13% dos entrevistados dizendo-se satisfeitos com o desempenho do presidente, às voltas com tentativas de reerguer a economia francesa, que dá sinais de estagnação.

    A derrota agora tem valor mais simbólico. Em comparação com a Assembleia Nacional, o Senado francês desempenha um papel bem menos relevante no processo legislativo. Quem dá a palavra final sobre um projeto de lei é a Assembleia Nacional e, lá, a esquerda ainda tem maioria desde 2012.

    No entanto, o Senado pode rejeitar projetos de lei, bloquear emendas à Constituição ou ainda atrasar a adoção de leis, enviando-as de volta para a Assembleia Nacional para revisão.

    É ainda o presidente do Senado quem assume interinamente o governo, caso o presidente francês morra ou deixe do cargo.

    As eleições para senador na França ocorrem a cada três anos, quando metade das 348 vagas totais é colocada em votação, e é realizada por meio indireto, ou seja, por um colégio eleitoral de 87.500 votantes –maioria formada por integrantes de conselhos municipais.

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