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    Apesar de avanços na educação, Brasil ocupa baixa posição em ranking

    DA AGÊNCIA BRASIL

    03/12/2013 09h56

    O Brasil conseguiu os maiores ganhos na performance em matemática de 2003 a 2012, mas o crescimento não foi suficiente para garantir um crescimento no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês). Segundo dados divulgados hoje, a nota de matemática dos alunos brasileiros subiu de 356 pontos naquele ano para 391 pontos em 2012. Já no ranking de países neste tema, o Brasil caiu uma posição, para 58º entre 65 países (mesma posição do ranking geral).

    A avaliação, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é aplicada a jovens de 15 anos a cada três anos. A pesquisa, o principal exame internacional da educação básica, mede o desempenho dos estudantes em três áreas do conhecimento - leitura, matemática e ciências.

    Mesmo com a evolução dos alunos em relação à matemática, o Brasil ainda está abaixo da média da OCDE, ficando no patamar de países como a Albânia, Jordânia, Argentina e Tunísia. Comparando com a América Latina, a performance brasileira está abaixo do Chile, México, Uruguai e da Costa Rica. Porém, o país se saiu melhor do que a Colômbia e o Peru. A pesquisa ressalta que metade dos ganhos obtidos pelo Brasil em matemática se deve ao desenvolvimento econômico, social e cultural dos estudantes.

    Apesar dos avanços, o Pisa mostra que há desafios em relação ao aprendizado de matemática. Na área, são seis os níveis de proficiência, sendo que o sexto nível, o melhor, é atingido apenas por 4,2% dos estudantes dos países que participaram do exame. A média brasileira atinge apenas o nível 1.

    Os dados mostram ainda que pouco mais de 60% dos estudantes brasileiros que participaram do exame estão no nível 1 ou abaixo dele. Pouco mais de 20% atingiram o nível 2. A porcentagem de estudantes que atingiu os níveis de 3 a 6 não chega a 20%.

    Editoria de Arte/Folhapress

    LEITURA E CIÊNCIA

    Em leitura, o Brasil subiu de 396 pontos em 2000 para 410 pontos em 2012, colocando o país no mesmo patamar da Colômbia, da Tunísia e do Uruguai, ainda abaixo da média da OCDE. Na América Latina, os estudantes brasileiros tiveram performance inferior aos colegas chilenos, costa-riquenhos e mexicanos. Mas, se saíram melhor do que os argentinos e peruanos. O estudo atribui a evolução do Brasil nesse item somente aos avanços econômicos e sociais no período.

    A pesquisa mostra que 49,2% dos estudantes brasileiros conseguem, no máximo entender, a ideia geral de um texto que trate de um tema familiar ou fazer uma conexão simples entre as informações lidas e o conhecimento cotidiano. Apenas um em cada duzentos alunos atinge o nível máximo de leitura. Ou seja, cerca 0,5% dos jovens são capazes de compreender um texto desconhecido tanto na forma quanto no conteúdo e fazer uma análise elaborada a respeito.

    Em ciências, o desempenho brasileiro também ficou abaixo da média, no nível da Argentina, Colômbia, Jordânia e Tunísia. O Brasil ficou, nesse item, atrás do Chile, da Costa Rica, do Uruguai e do México, mas à frente do Peru. Desde 2006, a performance brasileira saiu dos 390 pontos e chegou aos 405 em 2012. O estudo mostra que cerca da metade dessa evolução deve ser atribuída a mudanças demográficas e socioeconômicas da população.

    MAIS ALUNOS NAS ESCOLAS

    Apesar de ter conseguido uma evolução significativa nos itens avaliados, o Brasil ainda está nas posições mais baixas também do ranking geral. Entre os 65 países comparados, o Brasil ficou em 58º lugar. Em 2009, o Brasil ficou na 54ª posição.

    Entre os pontos destacados em relação ao Brasil também está o aumento percentual de estudantes matriculados. De acordo com o estudo, em 2003, 65% dos jovens com 15 anos frequentavam a escola. Em 2012, o país conseguiu matricular 78% dos adolescentes nessa faixa etária.

    "Não só a maioria dos estudantes brasileiros melhorou o desempenho, mas também o Brasil aumentou a taxa de matrículas nas escolas primárias e secundárias", informa o relatório.

    Segundo o texto, as taxas de escolaridade para jovens de 15 anos aumentaram de 65% em 2003 para 78% em 2012. "Muitos dos alunos que agora estão incluídos no sistema escolar vêm de comunidades rurais ou famílias socioeconomicamente desfavorecidas, de modo que a população de alunos que participaram na avaliação do Pisa 2012 é muito diferente da de 2003", destaca o documento.

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