Oferecidos por algumas das principais universidades do mundo, os Moocs, cursos on-line abertos, tiveram os primeiros estudantes formados por uma instituição brasileira -a USP.

Essa primeira iniciativa, um curso de física básica, é um marco para a modalidade de ensino no país e reflete as dificuldades que ela enfrenta: apenas cinco alunos entre os cerca de 15 mil inscritos obtiveram a certificação.

Os Moocs (sigla em inglês para "Massive Open Online Courses") surgiram há quatro anos anos. A ideia é oferecer cursos equivalentes a uma disciplina da graduação a milhões de alunos.

As aulas, semelhantes a videoaulas, com exercícios, são gratuitas, em geral. Um exemplo é o curso sobre história da China oferecido pela Universidade Harvard.

Há especialistas que apontam os Moocs como uma revolução no ensino superior, pois alunos podem se preparar melhor para ingressar na graduação e ampliar a formação durante o curso.

Formado no curso de física básica, Bruno do Nascimento, 17, diz que entrou nos Moocs pois o curso pode servir no futuro e para se preparar para o vestibular do ITA. "As aulas são bem explicadas, os exercício são muito bons."

Já os céticos entendem que há muitas dificuldades práticas nos Moocs que levam os cursos a partirem de milhares de inscritos e terminarem com poucos formados.

Outro problema é que a conclusão do curso não serve para eliminar disciplinas da graduação. Responsável pelo Veduca, empresa que cuida dos Moocs na USP, Carlos Souza reconhece o problema, mas avalia positivamente o resultado. "Milhares tiveram acesso à USP", disse.

Souza afirma que houve rigor maior na certificação de seu curso do que ocorre no exterior. A prova para obter o certificado foi presencial, na USP. As universidades dos EUA fazem testes online.

A plataforma hoje possui cerca de 80 mil inscritos. Um segundo curso na área de física (eletromagnetismo) foi lançado neste mês, também pelo professor titular da USP Vanderlei Salvador Bagnato.