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    Haddad quer terceirizar creches em universidades particulares de SP

    ARTUR RODRIGUES
    DE SÃO PAULO

    04/04/2014 12h11

    Com escassez de verba e terrenos, a Prefeitura de São Paulo afirmou que pretende abrir um chamamento público ainda neste mês para que instituições de ensino criem creches públicas.

    O secretário municipal de Educação, Cesar Callegari, afirma que a ideia é que as instituições ajudem a suprir a demanda da cidade - de cerca de 90 mil vagas - e ao mesmo tempo aproveitem o programa para ajudar na formação de professores.

    "Mapeamos 95 cursos vinculados a instituições privadas que poderiam participar do Programa de Creches de Aplicação", disse Callegari.

    A preferência da prefeitura é por cursos de pedagogia. As creches poderiam funcionar nos campi das instituições ou em prédios próximos.

    A administração municipal afirma que está disposta, inclusive, a repassar recursos a essas instituições.

    A fila de creches em janeiro era de 90.429 crianças, segundo dados da secretaria. Em relação a janeiro de 2013, primeiro mês da gestão Fernando Haddad (PT), teve o acréscimo de 11.222 crianças.

    Sem dinheiro e terrenos para suprir toda a demanda, as creches de aplicação são mais uma alternativa mais barata levantada pela administração municipal. A gestão já afirmou que o fato de não ter conseguido fazer o reajuste do IPTU (Imposto Territorial e Predial Urbano) poderia prejudicar na construção de creches e pré-escola.

    Callegari já havia dito que faria parcerias com a iniciativa privada para criar vagas de creche. A Secretaria de Educação, no entanto, não soube informar resultados concretos da ideia apresentada no início da gestão.

    Para o defensor público Luiz Rascovski, usar creches de aplicação é "mais uma das ideias mirabolantes que não vão ao ponto central".

    Ele lembra que o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que Prefeitura de São Paulo deveria cumprir a promessa de campanha do prefeito e criar 150 mil vagas na educação infantil (creche e pré-escola).

    "O chamamento público é o início de uma operação que eventualmente pode não ter nenhum interessado", afirma Rascovski.

    A Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo confirmou que já houve conversas sobre o tema. No entanto, informou que aguarda contato da Prefeitura para um possível acordo.

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