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    Reitor da USP pede apoio para superar crise financeira

    MÔNICA BERGAMO
    COLUNISTA DA FOLHA

    29/04/2014 02h00

    O reitor da USP, Marco Antonio Zago, enviou ontem carta aos docentes, funcionários e alunos da instituição pedindo "apoio" para superar o que define como "difícil conjuntura": a corrosão financeira da universidade, com a suspensão da contratação de funcionários e a paralisação de todos os projetos de novas instalações.

    "As duras medidas a que temos que recorrer explicam-se pela gravidade da situação", diz ele no documento enviado à comunidade acadêmica da USP.

    Zago afirma ter o "dever" de dar publicidade aos fatos. "A primeira condição para superar essa difícil conjuntura é compartilhar com a comunidade as informações."

    Ele confirma informações já publicadas pela imprensa: a reserva de recursos que a USP "construiu, ao longo dos anos, para que pudesse se defender de eventual crescimento no gasto com aposentadorias, com o pagamento de demandas judiciais, bem como em investimentos de grande monta", está caindo de forma acelerada.

    De R$ 3,2 bilhões em 2012, segundo ele, baixou para R$ 2,56 bilhões no ano passado. E, "apenas nos três primeiros meses do ano corrente", passou para R$ 2,31 bilhões, "em função de compromissos assumidos anteriormente e que só foram pagos em 2014".

    "Mais preocupante é a velocidade com que ela continua caindo", afirma ainda o reitor da USP.

    RECEITA

    Zago afirma que "o cerne da dificuldade" é que mais de 100% das receitas correntes da universidade estão sendo gastas com pessoal. Em 2011, esse percentual era de 80%, enquanto 20% eram destinados a investimentos e custeio.

    Com o comprometimento dos recursos com o pagamento de salários e benefícios, afirma o reitor, "cada licitação feita por uma unidade de ensino e pesquisa para manter suas atividades normais terá que onerar, necessariamente, a reserva que ainda resta para a universidade".

    Se isso continuasse ocorrendo, a reserva financeira da USP "tinha data certa para acabar", afirma.

    Zago admite que a política de cortes e contenção de despesas, "mantida por um prazo longo, poderá trazer enormes prejuízos para a instituição". No entanto, sinaliza que não tem, por enquanto, outro caminho a tomar.

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