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    Greve na Unicamp atinge metade dos servidores, diz sindicato

    LUCAS SAMPAIO
    DE CAMPINAS

    23/05/2014 14h23

    O primeiro dia de greve dos servidores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) teve pelo menos 50% de adesão nesta sexta-feira (23), segundo o sindicato que representa a categoria.

    Até o momento, os departamentos mais afetados em Campinas (93 km de SP) são os da área de humanas –IFCH (ciências sociais e humanas), IEL (línguas) e IA (artes). Na área da saúde, a paralisação deve começar na próxima semana, por questões legais.

    A Unicamp tem atualmente 7.818 servidores, com salários que variam de R$ 734,09 a R$ 12.564,20. A área da saúde concentra mais de 40% dos funcionários.

    Na quinta-feira (22), professores e servidores da universidade pública de Campinas (a 93 km de SP) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado.

    A decisão foi tomada em assembleias realizadas pela Adunicamp (associação de docentes) e pelo STU (sindicato dos trabalhadores). A greve dos docentes só vai começar na terça (27). Cerca de 500 funcionários e cem professores participaram das assembleias, segundo os respectivos sindicatos.

    Ambos são contra a proposta dos reitores das três universidades estaduais paulistas -USP, Unesp e Unicamp- de não conceder reajuste salarial à categoria neste momento.

    Estudantes também se reuniram e votaram indicativo de greve, em assembleia do DCE (Diretório Central dos Estudantes). Alunos da Faculdade de Educação, do IEL e do IFCH já decidiram pela paralisação das atividades.

    A Unicamp possui atualmente 2.042 docentes (99% deles doutores) e 7.818 servidores, além de 34.533 alunos (18.338 na graduação e 16.195 na pós-graduação). Os salários dos docentes vão de R$ 1.592 (professor doutor em turno parcial de 12 horas semanais) a R$ 13.653,62 (professor titular com regime de dedicação integral de 40 horas semanais).

    DENGUE

    Iuriatan Muniz, coordenador geral do STU, diz que mesmo na área de saúde a disposição para a greve é grande.

    "O Hospital de Clínicas funciona acima da capacidade por causa da epidemia de dengue e o fechamento de outros equipamentos de saúde na cidade", diz Muniz. "Piora bastante o humor do funcionário quando, ainda por cima, eles recebem uma proposta de reajuste zero."

    Campinas sofre atualmente a maior epidemia de dengue de sua história. Já são mais de 30 mil casos notificados da doença, que tem aumentado o movimento nos hospitais da cidade, como o HC, em até 40%. Três mortes devido à dengue e outras três estão em investigação, segundo a prefeitura.

    "Existe uma adesão muito boa à greve", diz o coordenador do sindicato. "Já temos mais de 50% dos institutos parados e temos perspectivas muito boas para as próximas semanas."

    USP E UNESP

    Na USP, funcionários e docentes já haviam aprovado a paralisação total das atividades a partir de terça. Na Unesp, onde assembleias estão sendo feitas separadamente nos 23 campi, o movimento ganhou a adesão de professores de sete unidades –como Bauru e Marília– e de funcionários de dez.

    O estopim da greve foi a decisão do Cruesp (entidade que representa os reitores de USP, Unesp e Unicamp) de prorrogar as discussões sobre o aumento salarial para setembro deste ano, embora a data-base das duas categorias seja maio.

    No ano passado, o reajuste foi de 5,39%. Os dirigentes universitários, no entanto, dizem que o comprometimento do orçamento com folha de pagamento em 2014 já está acima do adequado.

    Deveria estar próximo dos 85%, afirmam, mas os níveis de comprometimento em abril atingiram 95,42% na Unesp, 97,33% na Unicamp e 105,33% na USP.

    Eles dizem que só poderão voltar a negociar a partir de setembro, após reavaliar os repasses que as universidades receberão do ICMS (principal imposto estadual, que financia o ensino superior estadual).

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