• Educação

    Tuesday, 07-May-2024 19:43:08 -03

    Greve nas universidades estaduais paulistas é parcial, mas já afeta aulas

    LUCAS SAMPAIO
    DE CAMPINAS
    DE SÃO PAULO

    27/05/2014 12h56

    A greve nas três universidades estaduais de São Paulo -USP, Unesp e Unicamp- ocorre de forma parcial até o momento, mas já afeta aulas e atividades acadêmicas.

    Na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o primeiro dia de greve dos professores e terceiro dos servidores começa a ter os primeiros reflexos nas aulas e atividades no campus principal da universidade, em Campinas (a 93 km de SP).

    As duas categorias são contra a proposta do Cruesp (conselho de reitores de USP, Unesp e Unicamp) de não conceder reajuste salarial neste momento.

    Grevistas conseguiram aprovar nesta terça-feira (27), em reunião do conselho universitário, recomendação para que o Cruesp reabra as negociações sobre índices salariais. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Unicamp.

    Durante a reunião, cerca de 200 manifestantes, entre servidores e estudantes, protestaram em frente ao prédio da reitoria contra a proposta de não conceder reajuste salarial. Os professores não participaram do ato.

    A adesão dos docentes no primeiro dia de greve ainda é baixa, segundo os alunos ouvidos pela reportagem, mas já há suspensão de aulas em alguns cursos -principalmente nos departamentos de ciências humanas, como o IFCH (ciências sociais), IEL (letras), FE (educação) e IA (artes). Segundo a Adunicamp (associação dos professores), no entanto, a adesão já é de 60%.

    Para o STU (sindicato dos trabalhadores), a adesão à greve também é de 60% da categoria, com exceção da área da saúde -que concentra quase metade dos servidores (cerca de 3.400 dos 7.800 funcionários da universidade) e deve aderir à paralisação a partir de amanhã.

    A assessoria de imprensa da Unicamp informou que as atividades funcionam normalmente em 85% das 22 unidades de ensino e pesquisa da universidade. Nos outros 15%, houve adesão predominantemente de servidores técnico-administrativos. Na área da saúde, os atendimentos "seguem dentro da normalidade".

    ÁREAS AFETADAS

    Entre as unidades de ensino afetadas está o IQ (química), que teve aulas de laboratório suspensas devido à paralisação dos servidores.

    "Não teve aula de química experimental no laboratório ontem porque os técnicos pararam", disse Heitor Anselmo, 21, aluno do primeiro ano de engenharia civil.

    "O professor de química analítica disse que não ia ter aula prática porque os técnicos pararam, mas ele vai substituir a atividade por uma aula teórica", disse Fernanda Hayakawa, 19, aluna do segundo ano de engenharia de alimentos.

    O funcionamento das bibliotecas também foi afetado. "As bibliotecas de física e matemática estão fechadas, embora as aulas estejam ocorrendo normalmente", afirma Luís Henrique Bandória, 18, do primeiro ano de física. "Muitos professores disseram que em algum momento vão parar, mas não agora. Outros disseram que só não vai ter aula se tiver piquete."

    Além das bibliotecas de física e química, estão fechadas a biblioteca central e da faculdade de educação -que estava com os corredores vazios e as aulas suspensas hoje (27) pela manhã. A greve afetou também aulas no instituto de artes e na faculdade de educação física.

    UNESP e USP

    Na Unesp (Universidade Estadual Paulista), a adesão dos servidores técnico-administrativos é de 80%, segundo o Sintunesp (sindicato da categoria). Alberto de Souza, coordenador político do sindicato, diz que 14 dos 24 campi da universidade foram afetados pela paralisação dos funcionários.

    Na USP (Universidade de São Paulo), servidores, docentes e estudantes estão reunidos neste momento em assembleia para debater o futuro da greve.

    A partir das 14h, professores da USP, Unicamp e Unesp fazem uma manifestação contra uma proposta de congelamento dos salários devido à crise financeira nas universidades. Eles se reunirão em frente à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), na zona sul, na tentativa pressionar os deputados estaduais a não aprovarem a medida.

    Nos campi da USP em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) e São Carlos (232 km de São Paulo), a adesão à greve é da maior parte dos funcionários, cerca de 70%. Juntos, os dois campi têm 3.000 servidores, sem contar os professores, segundo a direção dos sindicatos locais da categoria.

    Apenas as pesquisas em andamento nos laboratórios, como cuidado com animais, e serviços essenciais, estão mantidos.

    Serviços de limpeza e no restaurante foram paralisados. A biblioteca está fechada. O bandejão da USP de Ribeirão serve cerca de 4.000 refeições por dia, entre almoço e jantar.

    Na Unesp em Jaboticabal (342 km de São Paulo), 25% dos 580 funcionários estão parados. Como a adesão ainda é baixa, de acordo com o sindicato, os serviços estão mantidos, exceto a limpeza do campus.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024