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    USP fará auditoria externa para investigar aumento de salários

    DE SÃO PAULO

    04/06/2014 11h35

    A USP (Universidade de São Paulo) informou que contratará uma auditoria externa para investigar o aumento de gastos da instituição com salários durante a gestão do ex-reitor João Grandino Rodas. A informação foi divulgada hoje pelo jornal "O Estado de S.Paulo".

    Procurada, a USP não deu detalhes sobre como será a auditoria. A instituição não informou quando ela começará a ser realizada nem qual o prazo para ser concluída.

    O atual reitor, Marco Antonio Zago, divulgou carta em abril dizendo que o aumento de gastos com folha de pagamento foi o principal fator para o deficit da instituição.

    A reitoria da USP informou no final do mês passado, em um comunicado enviado à comunidade acadêmica, que gasta, por mês, R$ 90 milhões a mais do que recebe através do repasse do Estado.

    De acordo com o texto, se continuar nesse ritmo, a universidade gastará mais de R$ 1 bilhão acima do que terá como receita até o final do ano.

    Em média, a USP recebe R$ 360 milhões por mês, enquanto gasta R$ 375 milhões com salários e benefícios e R$ 75 milhões adicionais com outras despesas, entre elas, o que foi comprado em 2013 e que vem sendo pago em 2014.

    A reitoria diz pela nota que nos quatro primeiros meses deste ano, a USP recebeu em repasses do governo do Estado R$ 1,44 bilhão. O valor representa, segundo o texto, um aumento de 8,9% no montante em relação ao mesmo período do ano passado.

    O problema, no entanto, é que as despesas da universidade tiveram um aumento de 8,2% e alcançaram R$ 1,5 bilhão, de acordo com a reitoria, o que praticamente anula o crescimento do repasse.

    Segundo o Departamento de Recursos Humanos da USP, as despesas com salários devem continuar crescendo, uma vez que ainda falta incorporar à folha de pagamentos mais da metade das 6.579 promoções efetuadas na carreira dos servidores.

    As despesas de custeio e capital da instituição estão sendo integralmente pagas com a reserva financeira da Universidade.

    De acordo com a nota, entre as medidas adotadas para o ajuste das despesas às receitas estão a suspensão de obras e licitações, a revisão dos contratos de veículos, vigilância e limpeza, a redução de despesas das unidades e órgãos centrais, a suspensão da contratação de novos funcionários e a revogação da distribuição de mais de 500 cargos docentes.

    As medidas, entretanto, ainda não surtiram efeito no orçamento segundo a reitoria.

    GREVE

    Os docentes e servidores das três universidades estaduais de São Paulo, USP, Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Unesp (Universidade Estadual Paulista) estão em greve desde a meia-noite de terça-feira (27) por tempo indeterminado.

    A principal reivindicação das categorias é a retomada das negociações salariais nas universidades e a retirada da decisão do Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades Paulistas) que congelou os salários dos servidores das universidades estaduais devido à crise financeira nas universidades.

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