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    Fuvest poderá deixar de ser a única porta de entrada para USP

    DE SÃO PAULO

    05/06/2014 21h20

    A USP, principal universidade do país, vai mudar a seleção de novos alunos até 2016. O objetivo é que a prova da Fuvest deixe de ser a única entrada na instituição.

    As novas formas de ingresso ainda não estão definidas.

    De acordo com a Pró-Reitoria de Graduação da instituição, isso deve ocorrer até março de 2015. A decisão final sobre o processo caberá ao Conselho Universitário.

    Entre os caminhos estudados para ampliar o acesso à instituição estão o uso do Enem (exame federal), o sistema de cotas e até a busca de talentos com "olheiros" em escolas e competições científicas, a exemplo das universidades estrangeiras.

    "Acredito muito na busca por talentos. Vejo muito aluno bom, preparado, que participa de olimpíadas esportivas ou de física, mas que nem chega a prestar o vestibular. É uma perda", afirma o pró-reitor de graduação,
    Antônio Carlos Hernandez.

    Nos Estados Unidos, por exemplo, o convite ao aluno considerado um talento é feito em forma de bolsa.

    Para a presidente do Conselho Estadual de Educação, Guiomar Namo de Mello, se a universidade implantar essa política de seleção, o exame de entrada deverá ser o mesmo para todos.

    "Existem vários caminhos, como o vestibular seriado. É preciso que haja um critério", afirma. De acordo com o Ministério da Educação, pela legislação, as universidades têm autonomia para definir seu processo
    seletivo.

    Para frei Davi Santos Franciscano, diretor-executivo da Educafro, organização que luta pela inclusão negra, a USP demorou para mudar.

    "São 80 anos de colonialismo e de exclusão do pobre, do negro e do indígena." Para ele, a iniciativa deveria valer já para 2015.

    INCLUSÃO

    A mudança foi sinalizada nesta quinta-feira (5) pela universidade, que também anunciou mudanças no sistema de bônus para candidatos egressos de escolas públicas, chamado Inclusp (Programa de Inclusão Social).

    A meta estipulada pelo governo do Estado é de que, até 2016, a universidade tenha 50% dos seus matriculados vindos do ensino público.

    Em 2014, só 32,3% dos matriculados na USP era de escolas públicas. Em medicina, esse índice foi de 41,2% e, no de engenharia, de 22,5%.

    Com a nova bonificação que passa a valer já para 2015, todos os candidatos de escola pública que fizerem no mínimo 30% da prova (27 questões corretas) receberão a bonificação completa, que pode variar de 12% até 25%.

    A nota de corte será estipulada após a aplicação do bônus. Simulação da Fuvest estima que ela deve subir de um a dois pontos, em média.

    "Dessa maneira, você considera aquilo que o conselho acredita ser o fundamental na seleção, que é o mérito do aluno", diz Hernandez.

    Com a adoção do bônus, a universidade espera que em 2015 até 38% dos seus alunos venham do ensino público.

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