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    'Menina dos olhos' de Lula, universidade tem obra suspensa no PR

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    24/07/2014 12h00

    Integrante de um ousado programa universitário do governo federal e considerada "um marco histórico para o país" pelo ex-presidente Lula, a Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) teve as obras de construção de sua sede paralisadas no mês passado.

    Poucos funcionários trabalham atualmente no local, em Foz do Iguaçu (PR), próximo à Tríplice Fronteira. Inaugurada há quatro anos, a Unila foi a primeira universidade bilíngue do país, com aulas em espanhol e português. Hoje, tem 1.500 alunos e 16 cursos de graduação, mas, sem sede própria, funciona em salas alugadas.

    O consórcio construtor pede a renegociação do contrato, que diz estar subestimado, e já ameaçou abandonar a obra, que enfrentou uma série de problemas até aqui.

    Divulgação
    Projeto do campus da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), em Foz do Iguaçu
    Projeto do campus da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), em Foz do Iguaçu

    O complexo em construção tem projeto de Oscar Niemeyer, prédio de 23 andares e espelhos d'água, e pretende ser um símbolo da cidade.

    As obras, porém, nunca andaram a plena velocidade. A construção começou em 2011 e deveria ser concluída em novembro, mas apenas 40% dela está pronta.

    Houve deficiências nos projetos, uma falha geológica no terreno, falta de mão de obra e chuvas em excesso.

    No ano passado, para compensar os imprevistos, a Unila concedeu um aditivo ao contrato de R$ 13,9 milhões.

    As empreiteiras Mendes Júnior e Schahin, que tocam a obra, querem mais. Em junho, entraram na Justiça pedindo a revisão do contrato ou, em último caso, a rescisão, devido às "inúmeras revisões" do projeto, que representaram gastos extras.

    A Unila negocia, mas reivindica o cumprimento do contrato e se queixa do ritmo lento. Para a universidade, por muito tempo o consórcio "não mobilizou mão de obra e materiais suficientes" para atender o cronograma.

    O orçamento já passou de R$ 241 milhões para R$ 282 milhões, após sete aditivos.

    No ano que vem, a Unila vai quase dobrar de tamanho, com a abertura de 24 novos cursos. A preocupação agora é como abrigar os estudantes, já que o novo prédio não ficará pronto.

    O Ministério da Educação diz que acompanha o caso de perto, com "atenção especial". O órgão confia na negociação com o consórcio e quer retomar a obra até o início de agosto.

    As primeiras turmas da Unila, que terão Lula como paraninfo, se formarão no dia 15. "Todos os planos de crescimento estão mantidos", diz o secretário da Educação Superior do MEC, Paulo Speller.

    Segundo ele, os recursos para a conclusão da obra estão assegurados.

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