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    Grevistas mantêm bloqueio a prédios da USP e prometem acampamento

    DE SÃO PAULO

    04/08/2014 17h11

    Ao menos dez prédios da USP foram fechados nesta segunda-feira (4) por funcionários grevistas. O grupo de cerca de 300 pessoas promete continuar o protesto e montar barracas para passar a noite na frente da reitoria.

    Segundo a universidade, foram fechados a reitoria e os nove prédios citados em uma liminar de reintegração de posse concedida pela Justiça no último dia 24. Eles foram liberados no último final de semana, mas voltaram a ter as atividades suspensas nesta segunda.

    Os prédios que foram fechados são: a prefeitura do campus, administração central, restaurante central, restaurante da física, arquivo central, museu de arqueologia, superintendência de tecnologia de informação, centro de práticas esportivas e a clínica de odontologia.

    Já em relação às aulas, a universidade afirmou que elas acontecem normalmente em todas as faculdades. A reportagem esteve no campus e viu que não houve aulas na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). A reitoria, porém, afirmou que os alunos da unidade tiveram outras atividades.

    A reitoria afirmou que em ao menos três dos prédios, funcionários foram impedidos de entrar para trabalhar –a reitoria, a administração central e a prefeitura. O prefeito da USP, Arlindo Philippi, foi uma das pessoas impedidas de trabalhar. Pessoas que já trabalhavam nos prédios quando começou o bloqueio deixaram os locais no decorrer da tarde.

    A greve de funcionários, professores e uma parte dos alunos já acontece há dois meses. Durante o ato desta segunda, os funcionários fizeram uma assembleia em frente à reitoria e decidiram manter a paralisação. A ideia do grupo é pressionar a universidade a negociar um reajuste salarial.

    O bloqueio da reitoria foi feita após os funcionários constatarem, durante a assembleia, que tiveram pontos descontados por conta da paralisação. A folha de pagamento foi disponibilizada aos trabalhadores por meio de um sistema interno e é referente ao período de 21 de junho a 20 de julho.

    A reitoria afirmou que a liminar de reintegração de posse, concedida pela Justiça na semana passada, ainda está valendo. A universidade ainda analisa se entrará com um pedido na Justiça para inclusão da reitoria na lista de prédio.

    A liminar em questão foi concedida no último dia 24 e determinou a reintegração de posse de prédios ocupados, impedindo também os grevistas façam piquetes e interrompam o acesso aos prédios do campus. A decisão permite, caso haja necessidade, o "uso da força policial" para que a determinação seja cumprida.

    Desde o início da tarde, o ato dos manifestantes é acompanhado pela Força Tática, uma base comunitária da PM, além da guarda universitária. Não houve, porém, nenhum registro de tumulto.

    GREVE

    Os trabalhadores das três universidades públicas estaduais (Unesp, Unicamp e USP) entraram em greve no dia 27 de maio, em protesto à proposta dos reitores de não conceder reajuste salarial à categoria.

    O reajuste pedido por eles é de 9,78%. Os servidores, tradicionalmente, ganham reajuste em maio -em 2013, por exemplo, foi de 5,39%.

    Os professores da Unicamp suspenderam a greve na quinta-feira (31), ao aceitar a proposta da reitoria de conceder um abono de 21% sobre o salário de julho.

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