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    Em meio à crise, USP cogita demissão voluntária e redução de jornada

    FÁBIO TAKAHASHI
    DE SÃO PAULO

    14/08/2014 02h00

    Em nova tentativa de atenuar uma de suas mais graves crises financeiras, a USP estuda implementar programa de demissão voluntária de funcionários e incentivo para que professores reduzam as jornadas de trabalho.

    Desde o ano passado, o gasto com folha de pagamento é maior que todo o orçamento da universidade, que deve receber R$ 5 bilhões do Estado em 2014. Assim, a instituição tem usado reservas para sustentar as atividades.

    Segundo texto obtido pela Folha, feito pela administração da universidade, a ideia é adotar programa de demissão voluntária que abranja 3.000 funcionários (o documento não especifica se a proposta inclui os professores).

    No total, a instituição possui 17.450 técnicos administrativos e 6.000 docentes.

    Segundo a proposta, a medida pode diminuir em 10% o gasto da USP com folha de pagamento, que hoje representa 106% do orçamento. As indenizações custariam, porém, R$ 600 milhões.

    Por ser uma instituição pública, a universidade não pode demitir servidores como em uma empresa privada.

    As mudanças ainda serão discutidas com outros dirigentes da USP antes de serem apresentadas para votação interna. Há a previsão também de que a universidade passe para o governo parte de sua estrutura e seus gastos.

    Na sexta-feira (15), o reitor Marco Antonio Zago deve se reunir com diretores de faculdades para tratar do tema.

    REDUÇÃO DE JORNADA

    Outra medida estudada pela universidade é incentivar que professores diminuam as jornadas de trabalho e, com isso, reduzam seus salários. A ideia é que, para uma redução de 25% da jornada, haverá corte de 20% do salário.

    O texto não informa qual será a economia caso todas as medidas sejam adotadas.

    No início do ano, ao assumir o mandato, o reitor já havia tomado ações de restrição, como proibição temporária de contratações.

    A política de cortes contraria parte da universidade, em greve há mais de dois meses devido à proposta do reitor de não dar reajuste salarial.

    Para esses setores, em vez de a instituição fazer restrições, o governo deveria aumentar a verba para a universidade, que cresceu nos últimos anos sem que houvesse novo financiamento.

    Apenas nos últimos cinco anos, o número de alunos cresceu quase 10%.

    A legislação prevê que a USP receba 5% do ICMS (principal imposto estadual). O governo Geraldo Alckmin (PSDB) diz que tem cumprido o que a regra exige.

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