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    USP também pode transferir hospitais para Estado por conta da crise

    FÁBIO TAKAHASHI
    DE SÃO PAULO

    14/08/2014 02h00

    Além de propor redução na folha de pagamento, o plano em análise na USP para enfrentar a crise financeira prevê ainda a transferência para o Estado de parte de seus hospitais e de um centro de convenções inacabado.

    A ideia é que o Hospital Universitário, na Cidade Universitária (zona oeste de São Paulo), e o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, em Bauru, passem para a administração da Secretaria Estadual da Saúde.

    Segundo o texto feito pela administração da USP, a situação financeira da universidade impede que haja contratação de pessoal e investimentos, o que causará "críticas públicas à medida que a precariedade do serviço aumente nos próximos meses".

    O Hospital Universitário já atende hoje à população do entorno da instituição, mas também é o local onde parte dos estudantes da área da saúde fazem formação.

    Na semana passada, a direção do hospital decidiu restringir o atendimento no pronto-socorro devido à greve de funcionários.

    Se as transferências forem confirmadas, a Secretaria da Saúde assumiria imediatamente a gestão dos hospitais, e os funcionários seriam gradativamente substituídos.

    A proposta da USP prevê também que vire um espaço cultural estadual o centro de convenções em construção na Cidade Universitária, que possuirá três grandes salas (uma delas um anfiteatro para 1.600 pessoas).

    A obra já consumiu R$ 80 milhões, mas precisaria de outros R$ 40 milhões.

    RESPALDO

    Um auxiliar do governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou, reservadamente, que a gestão não cogita aumentar o percentual da arrecadação destinado à USP para não prejudicar outras áreas sociais.

    Mas disse que o governo reconhece que a situação da escola é grave e que ajudas pontuais podem ser concedidas.

    A previsão é que a arrecadação estadual não terá grande crescimento neste ano, ou seja, as receitas da universidade não crescerão, pois ela recebe parcela fixa do ICMS.

    A Secretaria Estadual de Desenvolvimento, à qual a USP é vinculada, afirmou não saber das medidas analisadas na universidade, mas disse respeitar sua autonomia.

    A proposta da USP prevê ainda que o governo custeie metade do gasto com auxílio a alunos de baixa renda e adquira seu prédio de 16 andares na rua da Consolação, que está em reforma e custou R$ 30 milhões.

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