As aulas no campus da USP Leste, que recomeçarão na próxima segunda-feira (18), terão um novo componente para os alunos, docentes e funcionários: um sistema de captação e ventilação de gases que inclui dutos dentro das salas de aula e laboratórios.

A universidade contratou uma empresa que realizou o serviço na EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP). A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), ligada à Secretaria do Meio Ambiente do governo paulista, fará a fiscalização do serviço e medições de concentração de gases.

A partir de segunda, os alunos terão um semana de orientações sobre os instrumentos de ventilação. Segundo a EACH os sistemas não afetarão a rotina dos alunos ou professores e possibilitarão que as aulas aconteçam no campus.

A unidade foi interditada judicialmente em janeiro com base em relatórios da Cetesb, que apontaram risco de explosão devido à presença do gás metano no solo e de terra contaminada, proveniente da drenagem do rio Tietê. O Ministério Público investiga ainda se parte da terra contaminada é proveniente da obra do Templo de Salomão, complexo religioso construído pela Igreja Universal do Reino de Deus, no Brás, na região central de São Paulo.

Uma decisão judicial de julho liberou o local após um novo relatório da Cetesb, revelado pela Folha, apontar que novas análises na unidade mostraram que o risco à população é apenas potencial. O relatório também levou em conta o sistema de extração do gás metano, um dos problemas da unidade (a presença da substância causa risco de explosão).

Com a interdição, os cerca de 5.000 alunos da unidade tiveram aulas em locais provisórios, nas zonas leste e oeste, durante este ano.

Segundo a universidade, o calendário de aulas irá até o dia 19 de dezembro.